Seria oportuno questionar o critério usado na produção desta exposição, para além do mérito de ter proporcionado a digitalização dos negativos oriundos do Inquérito e pertencentes à Ordem dos Arquitectos, assegurando a respectiva conservação.
Em vez de uma exposição sobre o
Inquérito e sobre o livro ARQUITECTURA POPULAR PORTUGUESA, edição de
1961 do Sindicato Nacional dos Arquitectos em dois volumes (note-se que o
turbocomissário Sérgio Mah fala do "livro em três volumes", o que é uma
prova flagrante do seu trabalho (?) descuidado), tivemos direito a uma
produção de 100 inéditos, desacompanhados da retaguarda documental que o
tema exigiria.
A respectiva impressão em formato quadrado do negativo integral tira partido do processo digital para atenuar contrastes e optar por valores médios, numa uniformidade cinzenta que expçora por igual zonas de luz e de sombra - é uma opção tecnicamente correcta mas destituída de interesse fotográfico.
A respectiva impressão em formato quadrado do negativo integral tira partido do processo digital para atenuar contrastes e optar por valores médios, numa uniformidade cinzenta que expçora por igual zonas de luz e de sombra - é uma opção tecnicamente correcta mas destituída de interesse fotográfico.
Importaria antes dar a ver o Inquérito, o livro e a sua história, as suas fotografias (as opções de publicação, os contactos e uma selecção de reimpressões actuais fiéis ao material e aos processos da época). Antes de se mostrarem as fotografias rejeitadas ou não utilizadas, deveriam ver-se as fotografias escolhidas. Produzir inéditos póstumos é uma das taras dos comissários nacionais, que lhes permite facturarem mais rapidamente e sentirem-se "criadores". Aliás, tudo aquilo em que o Mah toca sai mau, como aconteceu recentemente com a pseudo-retrospectiva do Sena da Silva. O press-release diz que o resultado é arrebatador, mas é só publicidade paga. Caro L.P., obrigado por deixar registados estes documentos relevantes para se apreciar o estado da fotografia e da Universidade em P, e desculpe a intromissão agreste.
Mais:
Seria oportuno identificar os arquitectos que foram também fotógrafos expositores, como Keil do Amaral (em duas edições das Exposições Gerais e postumamente em 1999) e muito mais tarde (2004) Nuno Teotónio Pereira (e haverá outros...). Do acervo da OA não constam as imagens produzidas por António Menéres, arq. do Porto, que tem realizado diversas exposições.
Até 11 de janeiro de 2014, continuando depois em itinerância (a seguir ao Porto e Coimbra), com apoio à produção da Fundação EDP.
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