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domingo, 7 de janeiro de 2018

Cronologia FOTOGRAFIA PORTUGUESA (1916-1965

CRONOLOGIA in progress

apontamentos  - registada a 8 de Dez. 2013 - com Actualizações

Boletim Photographico (1900 - 1914), Arnaldo Fonseca e Júlio Worm editores
Illustração Portuguesa (1903-1924), suplemento semanal de O Século. Joshua Benoliel, Aurélio da Paz dos Reis, António Novaes e Arnaldo Garcez.
Arte Photographica (1915 - 1931) editado por B. dos Santos Leitão

1907, criação da  Sociedade Portuguesa de Photographia (integrada na  Sociedade Propaganda de Portugal)
1910, exposição de “Photographia Artística ” ,  Salão de Illustração Portuguesa

Afonso Lopes Vieira, Anibal Bettencourt, Júlio Worm, Maria Lemos de Magalhães,
Domingos Alvão
San Payo

Visconde de Sacavém,  Photograms of the Year

 1916
Exposição Nacional de Photographia, Dezembro SNBA, org. B. dos Santos Leitão. Com Arnaldo Garcez, Domingos Alvão, Fernando Carneiro Mendes, J. de Almeida Lima, Brum do Canto, Pedro Lima (tx o + intrigante e sugestivo profissional: retrato de Santa Rita > Paris)  (AS 224)

1922
António Ferro dirige a Ilustração Portuguesa

1924
Ilustração Moderna, dir. Marques de Abreu (1879-1958)


1926
(-1938) Ilustração

1927
(- 1933) Magazine Bertrand

1928
(-1935) O Notícias Ilustrado, supl. gráfico do Diário de Noticias. Dir. Leitão de Barros. Imp. rotogravura (mm ano que Vu, 1928-38)

Salazar Dinis, Denis Salgado, Ferreira da Cunha, João Martins, Mário Novais e Horácio Novais,  Judah Benoliel.

1929
I Exposição-Concurso de Fotografias, Março SNBA, org. B. dos Santos Leitão (ver 1916), dir. de Arte Fotográfica. Com João Martins, Silva Nogueira e o pp
Salão Kodak?


1930
I Salão dos Independentes: participação de  Mário Novais e de Branquinho da Fonseca e Edmundo de Bettencourt, escritores da Presença
Presença, Jan. publica Branquinho da Fonseca e Edmundo de Bettencourt

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

"Fotografia e propaganda colonial" (...)

 A ler:  

1. a fotografia feita em África, sobre África e os seus habitantes (os indígenas, as tribos, as suas culturas) é sempre "PROPAGANDA COLONIAL? Não será nunca divulgação, informação, etnografia? O artigo vai dizendo que sim, que é fotografia etnográfica, que se trata de levantamento etnofotográfico, mas é sempre preciso prestar vassalagem à rotina ideológica e chamar-lhe propaganda, e apontar "o gosto pelo pitoresco e pelo exótico". De imagens não se sabe falar, repete-se o formulário tido por anticolonial.

2. Elmano Cunha e Costa, advogado e fotógrafo, é uma figura central e não uma sombra ou agente de Galvão.

http://journals.openedition.org/cp/1966

"Fotografia e propaganda colonial. Notas sobre uma união de interesses na primeira década do Estado Novo"

Photography and colonial propaganda. Notes on an interests union in Estado Novo first decade
Teresa Matos Pereira
As ligações entre o discurso da propaganda colonial e o discurso fotográfico contribuíram para criar, nos primeiros anos do Estado Novo, uma imagem dos territórios africanos sob domínio colonial (incluindo a terra, os seus habitantes e respetivas culturas) que permaneceu muito após o final do regime e do processo de descolonização. Neste texto são delineados os princípios em que assenta este feixe de ligações, a partir de duas publicações que têm Henrique Galvão como figura central: a revista Portugal Colonial e o álbum Outras Terras, Outras Gentes.
Propaganda colonial, fotografia, “colonialismo visual”

3. Rondas de África

51A iconografia referente ao território angolano, especialmente no que toca às sociedades autóctones, foi ampliada, na década de 30, pelo levantamento etnofotográfico de Elmano Cunha e Costa, entre 1935 e 1938, que forneceu um conjunto alargado de imagens que iriam povoar diversas publicações, de entre as quais a reedição do relato de viagem de Henrique Galvão, Outras Terras, Outras Gentes, transformado em álbum profusamente ilustrado.
52 Entre 1935 e 1938, o advogado Elmano Cunha e Costa (1892-1955), juntamente (?) com o padre espiritano Carlos Eastermann (1896-1976), empreende um levantamento etnofotográfico de grande parte do território angolano, com especial destaque para o centro e sul (ver Castelo & Mateus, 2014). A sua atenção recairá não só na catalogação de ‘tipos étnicos’, mas também em todos os aspetos ‘típicos’ que pontuam as vivências quotidianas – o espaço doméstico, a paisagem, os adornos, os penteados, as atividades económicas e os usos e costumes –, impregnados de um gosto pelo pitoresco e pelo exótico das “várias dezenas de tribos indígenas que povoam a grande colónia de Angola, cuja área territorial é catorze vezes e meio superior à da Mãe-Pátria” (Cunha e Costa, 1946).
  • 1 A edição consultada foi a da Imprensa do Jornal de Notícias em virtude de esta incluir um grande número de fotografias da autoria de Elmano Cunha e Costa e e reprodução gráficas e pictóricas realizadas por diversos artistas.
53 Estes levantamentos fotográficos forneceram um manancial inesgotável de imagens e representações que irão povoar o imaginário português acerca de África em geral, e particularmente de Angola, na medida em que as imagens foram utilizadas até à exaustão em publicações periódicas, ensaios etnográficos, álbuns (de entre os quais se destacam as coletâneas Outras Terras, Outras Gentes1 e a Ronda de África, da autoria de Henrique Galvão, na década de 40), cartazes, postais e foram integradas nas exposições coloniais e outros eventos de especial relevo em termos da propaganda política. Para além desta multiplicidade de caminhos propostos pela fotografia etnográfica, ela assumir-se-á ainda como uma importante referência visual para alguns pintores e ilustradores que recorrerão frequentemente aos registos fotográficos como base do trabalho.

54 O levantamento fotográfico de Elmano Cunha e Costa conheceu, na verdade, uma larga divulgação em diversos suportes, a começar pelo conjunto de exposições realizadas e organizadas pelo SPN/SNI a partir de 1938. Na exposição realizada em 1946, no estúdio do SNI, intitulada Exposição de Etnografia Angolana, as 500 fotografias exibidas, que abrangiam paisagem, sociedades e cultura, eram acompanhadas de uma carta etnográfica com distribuição das “tribos” por territórios demarcados, ostentando as “actuais denominações”, numa passagem da nota de imprensa, avançada pelo Diário de Notícias, que repete o texto do catálogo da exposição.

55 Acompanhado da sua “inseparável Rolleiflex”, Cunha e Costa refere as motivações deste levantamento, que visava, em primeiro lugar, a satisfação pessoal de “realizar um documentário que não fizera ainda” e, em segundo lugar, a reunião de um conjunto de “materiais para base de estudos científicos que aos mestres compete fazer” (Cunha e Costa, 1946). O fotógrafo sublinha a importância documental da fotografia de campo, servindo de suporte à investigação científica – realizada sob a orientação de etnógrafos como o padre Estermann –, mas igualmente inscrita num plano da propaganda colonial , e integrada numa economia da imagem mais ampla como afirmará de seguida:
A ocupação científica das Colónias portuguesas é uma realidade que só os ignorantes desconhecem. (...)
56 "Creio poder afirmar que a imagem fotográfica é prestimosa, e que os documentários deste género são indispensáveis, quer para a sempre útil divulgação e propaganda, quer para a utilização em conferências, palestras (…) quer para a ilustração de livros, quer finalmente para alicerce de trabalhos em profundidade (Cunha e Costa, 1946).
57**  Na verdade <!!!>, longe de se assumir como documento etnográfico, de valor cientificamente reconhecido, a coleção de Cunha e Costa assume uma função essencialmente propagandística (Castelo & Mateus, 2014), que corresponde a um “natural entusiasmo pelo exótico (Anónimo, 1951) por parte da sociedade da metrópole. Não é assim de estranhar que as suas fotografias tenham integrado uma “microfísica do poder” – termo utilizado por Michel Foucault, sendo usado por Terry Smith no contexto do discurso da propaganda colonial (Smith, 1998: 483) –, através de uma economia visual que compreende a produção, a circulação, o colecionismo e as múltiplas apropriações e as reciclagens. 
(...)

** Aqui temos a cambalhota académica  em total evidência, a reverência da moda ideológica actual à tutela dita "anti-colonial": o que era levantamento etnofotográfico, como atrás se disse, passa a essencialmente propagandístico. Antes qualificara-se o que é interesse pelo diferente, trabalho documental e suporte para a investigação como "gosto pelo pitoresco e pelo exótico". é a universidade no seu pior...

Bibliografia específica
Castelo, C. & Mateus, C. (2014). “Etnografia Angolana” (1935-1939): histórias da coleção fotográfica de Elmano Cunha e Costa. In: Vicente, F. (org.) O Império da Visão. Fotografia no contexto colonial português (1860-1960). Lisboa: Edições 70: 85-106.

Cunha e Costa, E. (1946). Catálogo da Exposição de Etnografia Angolana (Prefácio). Lisboa: Agência Geral das Colónias.

Galvão, H. (1931). Portugal Colonial. Uma apresentação. Portugal Colonial. Revista de Propaganda e Expansão Colonial, 1(I), março: 1-2.
Galvão, H. (1934). A Função Colonial de Portugal. Razão de Ser da Nacionalidade. s/l: Edições da 1ª Exposição Colonial Portuguesa.
Galvão, H. (1936). O Império. Lisboa: Edições SPN.l
Galvão, H. (1944). Outras Terras, Outras Gentes (vol.I). Porto: Imprensa do Jornal de Notícias.

FOTOGRAFIA (e Informação) e PROPAGANDA no Estado Novo Português

uma edição importante?:

Trata-se de fotografia e só às vezes de fotógrafos (Maria Lamas fica por entender; descortinar o Elmano Cunha e Costa não é fácil...). 

Propaganda é um termo de uso questionável, porque até 1940-45, II Guerra, ainda não se distinguia de Informação - daí a passagem de SPN a SNI, que não é cosmética. Daí a SPP - Sociedade Propaganda de Portugal (essa entidade fantasma) que incluía a Propaganda-Informação e a vertente da "Arte Fotográfica". O título "Fotografia, Informação e Propaganda" seria mais correcto (mas há ainda pouca informação...) 

Vol.12 nº 23 | 2017
Fotografia e Propaganda no Estado Novo Português

capa 23

Editores convidados
Filomena Serra, Instituto de História da Arte, IHA, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, FCSH, Universidade Nova de Lisboa
Paula André, DINÂMIA'CET-IUL, ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa
Bruno Marques, Instituto de História da Arte, IHA, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, FCSH, Universidade Nova de Lisboa

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Dr Elmano: 12 álbuns (notas)

Além dos 8718 negativos 6x6 digitalizados e divulgados pelo Arquivo Histórico Ultramarino - http://actd.iict.pt/collection/actd:AHUECC -, apresentados como "Levantamento de grupos étnicos em Angola na década de 30, séc. XX, por Elmano Cunha e Costa para a Agência Geral do Ultramar. Retratos, usos e costumes, feitiçaria, rituais, habitação, arte" 
existem no AHU 535 provas ampliadas (de alguns destes mesmos negativos) distribuídas por 12 álbuns. [ A Agência recebeu o acervo no início dos anos 1940 (1941?) e disponibilizou-o imediatamente (por exemplo a Mendes Corrêa), mas não se terá tratado de uma encomenda sua ]

Essa é a grande surpresa do estudo de Cláudia Castelo e Catarina Mateus publicado em O IMPÉRIO DA VISÃO, 2014,
org. Filipa L. Vicente. As autoras - que traçam o mais aprofundado perfil biográfico do autor, acreditam estar perante um "protótipo" para o Álbum Etnográfico de Angola, que o advogado-fotógrafo se propôs publicar em parceria com o Pe Carlos Estermann e de que fala logo em 1937, em Moçâmedes. Dão algumas informações suplementares: "as provas são impressas em papel fotográfico mate e com viragem a sépia".

Esclarecem as autoras que a "Missão fotográfica a Angola", diversas vezes referida (por exemplo por A. Sena, p. 261, que o diz "encarregado pelo Governo de organizar o Album..."), nunca existiu como tal, com carácter oficial reconhecido, sabendo-se apenas da encomenda de um documentário fotográfico no contexto das Comemorações Centenárias, o qual se destinou à Secção Colonial dirigida por Henrique Galvão, com contrato assinado a 12 de Junho de 1938 (n. 19, p. 87).
Foi realizado entre meados de 1938 e outubro de 1939, e em cumprimento daquele contrato procedeu E.C.C. à entrega de 896 clichés (clichés e não negativos, que são 8718, não correspondendo também aos 12 álbuns com 535 provas ampliadas - pág. 97). As atribulações do fotógrafo, quanto ao respectivo pagamento, estão documentadas em 1941 e 1943, contando com intervenção directa de Salazar.

Catálogo da Secção Colonial da Exposição de 1940 (pág. V). 
O Dr. Elmano figura no fim da 1ª página de retratos da equipa responsável, ao lado de Vasco Regaleira, Gonçalo Melo Breyner, Roberto de Araújo e José Bastos, mais os escultores Manuel de Oliveira e Júlio de Sousa (autor da capa de Negros, 1941), na 2ª página


Não é o fotógrafo que interessa às autoras: os 12 álbuns e das 535 provas positivas não são notícia  destacada e esta surge só no final do artigo. "Estes álbuns, embora de fraca qualidade de materiais [a encadernação? as folhas de álbum? o papel fotográfico?], despertam curiosidade: não só as provas são impressas em papel fotográfico mate e com viragem a sépia, conferindo-lhes um certo carácter 'artístico', (...)".  A seguir anota-se que a legenda das imagens é manuscrita em 4 línguas e é "decorada por desenhos de artefactos africanos ou elementos alusivos ao 'exótico', que mudam para cada grupo étnico." [Poderia pensar-se que estamos sempre no domínio do exotismo, nas fotografias e nos artefactos... mas trata-se de outros "elementos alusivos" - quais?]

O "carácter 'artístico'" não diminui o interesse etnográfico e antropológico da obra do Dr. Elmano. É mesmo uma garantia de qualidade fotográfica que reverte a favor do documentário.
E seria errado fazer residir o interesse etnográfico nos 8718 negativos 6x6 digitalizados e positivados (visíveis no site do AHU) e, em paralelo, situar o interesse artístico, com ou sem aspas, nas 535 provas ampliadas (provas de autor, presumivelmente) reunidas nos 12 álbuns. A obra fotográfica e etnográfica do advogado-fotógrafo-etnólogo, também político (monárquico e salazarista, mas certamente não filiado) e publicista ( "O Sul de Angola", Moçâmedes, 1937) e até espião (a favor da Alemanha, em 1941 na Guiné...), está também abundamente disponível nas páginas de várias edições impressas, livros e catálogos. Certamente em provas fornecidas sob a sua atenção, com os reenquadramentos e ampliações convenientes. O formato 6x6, o negativo quadrado, é só uma consequência do uso prático da Rolleiflex, nunca mantido nas provas finais.

Convirá reconhecê-lo decididamente como fotógrafo, expositor nos salões do Grémio de Arte Fotográfica (1938, 1940, 1943, pelo menos), de que foi sócio e dirigente (1941-44); e expositor em várias mostras individuais (quatro, de 1937, em Benguela, a 1951, em Lisboa, sem contar a repetição no Porto da de 1946), que eram escassas à época, e também, em 1940, com presença destacada na Secção Colonial da Exposição do Mundo Português, Pavilhão de Angola e Moçambique, Sala 6. Para lá da extensa presença impressa em várias obras (Mendes Correa, Castro Soromenho e Henrique Galvão).

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O dr. Elmano é um dos expositores do 2º Salão Internacional de Arte Fotográfica de Lisboa, em 1938, indicando residência em Mossâmedes (sic). Representa-se com: 273 - Um filósofo... de pevides e 274 - Sonolência, Bromóleos, mas nenhum deles é reproduzido. Não é certo que tenham tema africano.

Expôs em 1940 no 4º Salão, segundo C Castelo e C Mateus, p. 87, que não referem outras edições.

Aparece referido em 1941 no catálogo do 5º Salão como 4º vogal da direcção do Grémio, mas não expõe nessa edição (expõem entre outros Manuel de Oliveira e Cotinelli Telmo, membro do Grémio). 

Voltou a expôr no Salão 6º, de 1942-43 (1943), com "Na Costa de África, o mar amigo" (nº254, não rep.), como sócio do Grémio (e membro da direcção do Grémio Português de Fotografia, com residência já indicada em Lisboa. 

Não expõe em 1944 (ainda 4º vogal) e anos seguintes. Não sei dos catálogos anteriores a 1938 e de 39...

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Exposições individuais:
1937, Benguela, p. 96, 100 fotografias
1938 - EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS DE ANGOLA / PELO DR. ELMANO CUNHA E COSTA
com desdobrável (44 obras)
1946 - Exposição de Etnografia Angolana / Promovido pela Agência Geral das Colónias) (e Porto, Coliseu, 1947) catálogos, 
e 1951 - Exposição de Penteados e Adornos Femininos das Indígenas de Angola / promovida pela Agência das Colónias sob o patrocínio de S. Exª o Ministro das Colónias - catálogo, com 200 nºs 


Bibliografia passiva:
1938 - "Exposição de Fotografias de Angola pelo Dr. Elmano Cunha e Costa", não ass.
in Objectiva nº 15, Agosto, pág. 38*. 

1947, José Tenreiro, "Exposição de Etnografia Angolana", in Seara Nova, ano XXVI, nº 1020, 15 Fev. 1947, p. 18 (poeta são-tomense)

1947 - Exposição etnográfica de Angola / Elmano Cunha e Costa. - Possui ilustrações.
In: O Mundo Português. - II série, nº 7 (1947), p. 45-51
1951 - "Penteados e adornos femininos das indígenas de Angola" / sobre exp. de Elmano Cunha e Costa
In: Boletim geral das colónias.- vol. 26, nº 310.- (1951), p. 137- 141 (4 ilust do cat., 2 pgs)

Bibliografia activa:
Negros / Carlos Estermann, Elmano Cunha e Costa. - Lisboa : Livraria Bertrand. - XV + 207 páginas, [8] p., 1 est. ; 20 cm (ilustrado)

Alguns aspectos dos estudos etnográficos
In: Boletim geral das colónias. - Ano 19º, nº 220 (Outubro de 1943), p. 93-108

http://memoria-africa.ua.pt

 "O Regaleira e...os seus fantamas", Lisboa 1943

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É possível situar um 1º período de actividade fotográfica que vai  até à exp. de 1938 (já com o projecto do Álbum Etnográfico do Império Colonial Português, referido em 1937)
Em 1938 fotografa a Exp. Feira de Angola
Um segundo período de campanha de 1938 a 1939, com vista à Exp. do Mundo Português. Referências directas em Negros
Em 1941 fotografa na Guiné a visita do ministro das colónias

Obras reproduzidas em: 
1940 (?). Exposição do Mundo Português. Secção Colonial. Dir. Henrique Galvão. Cat.* Indica-o como Colaborador fotográfico * (ver tb pgs. 271, 281 e 284) com 20 fot. de Angola


1943. Mendes Correa, Raças do Império. Com 98 fotog., creditadas e cedidas pela AGC

1946. Castro Soromenho, *A Maravilhosa Viagem dos Exploradores Portugueses, Início da publicação em fascículos em 1946, até 1948. Ilustrações e arranjo gráfico de Manuel Ribeiro de Pavia e fotografias de Elmano Cunha e Costa (ambos não creditados). Ed.

195-, Henrique Galvão, Outras terras, outras gentes: viagens em África. Porto, 2 vol.



domingo, 28 de dezembro de 2014

Dr Elmano, 4 fotos em leilão

O dr Elmano no mercado internacional...


com referências e imagens suspeitas. Reedições recentes numeradas...
Tiragens de 2010 (em ed. de 8 ex.) postas à venda em 2011. Por quem???

Certamente contrafacções, realizadas talvez a partir de provas de alguma colecção ou, mais provavelmente, de uma antiga cedência da Agência Geral das Colónias, já que os negativos conhecidos são sempre de formato quadrado, neste caso impressas sem o cuidado de seguir as tonalidades em geral sépia das provas de época. É essa 2ª hipótese a mais segura, justificando a inclusão da foto dita de Moçambique.

ver tb em Artprice:   http://fr.artprice.com/artiste/527501/elmano-cunha-e-costa/lots/passes/6/Photo
(cons. 29-12-2014)

referência no site Artprice:
"Smile black bride, la souriante future mariée, région de Cuanhama-Angola"
Tirage argentique, 2010
Date de création: c.1940
Signes distinctifs: #1/8 Titre Cachet atelier / verso 
Date de vente: 18/12/2011  



Smile black bride, la souriante future mariée, région de Cuanhama- Angola

 , um 1940 Medium: gelatin silver print: 40 x 30 cm (15,7 x 11,8 in)



Old man, Muchicongo- Angola -RDC

 To 1930

Black girl, jeune femme aux ornements 

To 1940

Black man - Roi d'un empire du Gungun Hana - Mozambique

 , um 1940


No 1º caso é possível encontrar na colecção do AHU pelo menos 3 fotos da mesma mulher, identificada sempre como noiva:
Noiva risonha n10123

Uma noiva n10190

Noiva cuanhama n10118
A 1ª das três fotos pode ser a imagem reeditada (ou é  um momento imediato), mas a busca permite observar o modo de trabalho do dr. Elmano, que não poupa negativos ao retratar os seus modelos.

No caso da 2ª foto, encontra-se no AHU o seguinte negativo

Tipo de velho dos Congos n9743 (no capítulo: Congos - Muchicongo - São Salvador do Congo a)
Author: Elmano Cunha e Costa; Local: São Salvador do Congo, Angola; Data: 1935-1939)    

A 4ª foto é + improvável... Não consta que o dr. Elmano tenha fotografado em Moçambique, embora seja ambígua a frase que se lê na pág. 271 do catálogo da Secção Colonial da Exposição do Mundo Português:  
"A documentação fotográfica exposta na sala nº 6 diz respeito à etnografia de Angola e Moçambique. Dela faz parte o notável documentário especialmente mandado organizar para esta exposição e que foi obra do Dr. Elmano da Cunha e Costa." 
                                                                 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

1938 Relatórios do Museu da Diamang 1

Diário de Luanda, 12 de Dezembro de 1937?: " A arte indígena na Exposição-Feira "

citado em http://www.diamangdigital.net/index.php?module=diamang&option=item&id=1




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1936. Exposição de Arte Gentílica – África Portuguesa. Lisboa: Sala Portugal da Sociedade de Geografia de Lisboa, 19 a 26 de Abril de 1936 [Texto do conde de Penha Garcia]. cat.

1936. Exp. da colecção recolhida por José Redinha na Lunda

1938. Exp. de Elmano Cunha e Costa no SPN
«Exposição de Fotografias de Angola», in Diário da Manhã (5-7-1938) 
«Exposição de Fotografias sobre motivos de Angola», in Diário de Noticias (3-7-1938)
«No S.P.N. A exposição de fotografias do snr.dr Elmano da Cunha e Costa sobre motivos de Angola», in O Correio do Porto, (6-7-1938)
«No S.P.N. O chefe de Estado inaugurou ontem uma interessantíssima exposição de fotografias de Angola, in A Voz, Lisboa (5-7-1938) 
«No Secretariado de Propaganda foi inaugurada uma exposição de costumes coloniais da autoria do dr. Elmano da Cunha e Costa», in O primeiro de Janeiro, Porto (5/7/1938) 
«No S.P.N. Exposição de Fotografias do snr. Dr. Elmano da Cunha e Costa sobre motivos de Angola, foi ontem inaugurada pelo snr. Presidente da República», in Diário de Notícias, Lisboa (3-7-1938) 
«O chefe de Estado inaugurou ontem uma notável exposição de fotografias de Angola no Secretariado de Propaganda Nacional», in O Século, Lisboa (5-7-1938) 

1946. «Exposição de Etnografia Angolana, in Diário de Notícias, Lisboa (28-12-1946)

1949. Exposição de Arte Negra. (Colecção do Administrador de Circunscrição da Colónia de Angola, António Augusto Gonçalves de Melo). Lisboa: SNI/AGC. cat.
1949. «Exposição de Arte Negra», in Diário da Manhã (1-6-1949)
1949. «Arte Negra. Arte do Império», in Diário da Manhã (11-6-1949)


1951. «É notável a exposição de fotos de costumes angolanos e moçambicanos, inaugurada no SNI», in Diário da Manhã, Lisboa (24-6)
1951. « Vão ver como se penteiam e adornam as beldades da província de Angola na exposição que, por iniciativa da Agência Geral das Colónias se inaugura esta tarde no Secretariado Nacional de Informação , in O Século, (3-3-1951) 
1951. «Exposição Fotográfica da Lunda e Alto Zambeze» in Diário de Notícias, Lisboa (25-6-1951) 

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(?)

1935. Exposição de Eduardo Malta. Porto, Salão Silva Porto, 1935, cat.
1936. «Exposição de Pintura de Carlos Carneiro - Modernismo e Arte Negra», in Diário da Manhã, Lisboa (17-1- 1936)

1940. Exposição de Eduardo Malta. Lisboa: Editorial Império, 1940. cat.
1940. «Eduardo Malta, pintor da Beleza Feminina, expõe no S.P.N.», in Diário de Lisboa (25-4)
«Exposição de Pintura e desenho de Eduardo Malta», in Diário da Manhã (29-4)
«Exposição de Pintura de Eduardo Malta, foi ontem inaugurada, no Salão do SPN pelo sr. Ministro da Educação Nacional», in O Século (26-4)

1942. «Exposição de Pintura de Eduardo Malta», in Diário da Manhã, Lisboa ( 17-11- 1942) 
1946. «A primeira portuguesa que faz quadros de África expõe hoje no SNI», in Diário Popular (30-6)
«Exposição de Isabel Areosa no Estúdio do SNI», in Diário da Manhã de 2-7-1946

1951. «Como o Alemão Reinhold Kuntze interpreta as terras e as gentes de Angola», in Diário da Manhã ( 2-6) 
1956. Exposição da Vida e da Arte Portuguesas. Lourenço Marques: Agência Geral do Ultramar. cat.
1960. 2ª Exposição de Pintura Moderna. Luanda, Grupo Desportivo e Cultural da CUCA. cat.



segunda-feira, 7 de abril de 2014

ANGOLA 1938, o Álbum e tudo o resto

1) FOTOGRAFIAS
O objecto em exposição é um álbum fotográfico. Editado pelo Governo Geral de Angola. Importa considerar por si mesmo o objecto álbum, livro fotográfico ou photobook, e importam as fotografias. Pela sua qualidade editorial e fotográfica, e pelo interesse do que documentam: um acontecimento histórico, tão esquecido ou ocultado como o Álbum. A Exposição-Feira Angola 1938, indicada no título: Álbum Comemorativo da...

Importam, como é de regra, os autores do álbum (o organizador/editor e designer) e o/os das fotografias.
A abordagem ao livro e às fotografias complica-se pela ausência de autores declarados (ou confessos) -ambos autores anónimos (C. Duarte autor dos clichés será um pseudónimo). Existem pistas a explorar quanto ao editor e ao fotógrafo: por hipótese, Vasco Vieira da Costa (arquitecto angolano, 1911-1982, então um jovem desenhador admitido na administração colonial na qualidade de funcionário aduaneiro) e Firmino Marques da Costa (fotojornalista de Lisboa e de longa carreira, 1911-1992).

Deverá saber-se que este Álbum e as fotografias não são objectos isolados. O Álbum emparceira com os outro 5 álbuns editados pela Agência Geral das Colónias em 1939-40, ilustrando a viagem presidencial às colónias do PR general Carmona, em 1938. Firmino Marques da Costa foi considerado o autor principal destes álbuns, que teriam sido editados por Luís de Montalvor e José Osório de Castro, intelectuais destacados da 1ª metade do século e não anónimos funcionários da AGC, apesar de não estarem creditados, tal como o fotógrafo. As atribuições tiveram origem numa exposição sobre os 5 álbuns acontecida na galeria Ether em 1987, com catálogo-poster ("Imagens fugazes..."), e foram propostas por António Sena, também ele anónimo nessa publicação.




O volume 2 de "Alguns aspectos da viagem presidencial à colónias" - http://memoria-africa.ua.pt - aponta a intenção do Governo de Angola publicar o Álbum comemorativo como justificação para incluir poucas (8) fotografias da Exposição-Feira que foi inaugurada por Carmona a 15 de Agosto. Algumas fotografias dos álbuns em questão são idênticas (mesmas situações e mesmos locais, mas sempre diferentes imagens), e duas da exposição da Ether dos álbuns lisboetas são idênticas a imagens do álbum angolano. O reconhecimento do fotógrafo parece muito provável, ou inevitável. A longa carreira de Marques da Costa não se mantém ao mesmo nível. Ainda em Fevereiro de 1968 acompanha Américo Tomás a Angola, mas a reportagem não podia ter a mesma frescura (ver  1938-1968-marques-da-costa )

2) A FOTOGRAFIA EM 1938
O ano de 1938 não é um ano qualquer, e não só por acontecer dois anos anos da Exposição do Mundo Português e nele ter acontecido a decisão política de a realizar (Nota Oficiosa de Salazar).

A.
Produz-se o 2º Salão Internacional de Arte Fotográfica (VI Nacional) promovido pelo Grémio Português de Fotografia, por sua vez secção da Sociedade Propaganda de Portugal (não confundir com o SPN, Secretariado da Propaganda Nacional, dirigido por António Ferro). Por ser o 2º Salão terá tido mais importância e mais repercussão que o 1º Internacional, no ano anterior.

Mário Novais, 1938

Por acaso ou não, aparece fotografado por Mário Novais - que nele não participa - numa imagem incluída no espólio que tem vindo a ser divulgado pela Biblioteca de Arte da Gulbenkian.

B.
Notícias publicadas na revista Objectiva dão conta da organização atribulada do Salão, o qual dá origem na revista a significativos textos críticos e mesmo a iniciativas concorrentes.
1938 é o ano de uma intervenção activa da revista Objectiva, criada em 1937, com um vigor e uma originalidade que não se repetem: é o ano da "polémica do flagrante" e de um ímpeto crítico que é logo interrompido pela intervenção do Pe Moreira das Neves também na Objectiva, em Maio, apelando à "Contribuição da Arte Fotográfica nas celebrações do Duplo Centenário..."

C.
Em 1938 expõe no SPN Elmano da Cunha e Costa, advogado em Angola e fotógrafo/etnógrafo amador e pioneiro. A Objectiva dedica uma página à exposição (entre outros possíveis ecos que desconheço). ( ver Elmano I ) Também fotografa na Exposição-Feira de Luanda temas de (ou ditos de) arte indígena (ver http://alexandrepomar.typepad.com e atribuições do AHU já corrigidas).

Voltará a expor no SNI fotografias de Angola em 1946 (e 47 no Porto) e em 1951, já depois de regressar a Portugal em 1943 (informações de Inês Gomes), e surge antes ligado à Secção Colonial da Exposição de 1940 como colaborador fotográfico da equipa de Henrique Galvão. Serão certamente suas as fotos de naturais de Angola publicadas no guia/catálogo da Secção Colonial e todas as fotografias não creditadas do livro de Castro Soromenho A Maravilhosa Viagem dos Exploradores Portrugueses, 1948-49.
Com o Dr. Elmano a fotografia em 1938 liga-se à linhagem da 1ª Etnografia de Angola: eng. Fernando Mouta (1934), o pioneiro e presidente interino da Câmara de Luanda à data da Expo'38, José Redinha (desde 1936), Elmano (1938...) e Carlos Estermann.

O dr Elmano é também um dos expositores do 2º Salão Internacional, de Arte Fotográfica com residência em Mossâmedes. Aparece em 1941 no catálogo do 5º Salão como 3º vogal da direcção do Grémio, mas não expõe (expõem entre outros Manuel de Oliveira e Cotinelli Telmo, membro do Grémio). Voltou a expôr no Salão 6, de 1942-43 (1943), com "Na Costa de África, o mar amigo" (nº254, não rep.), com residência já indicada em Lisboa. Não expõe em 1944 (ainda 3º vogal) e seguintes. Não sei dos catálogos anteriores a 1938 e de 39 a 41...

D.
Em 1938 Firmino Marques da Costa acompanha e fotografa a viagem presidencial de Carmona às colónias (a publicar pouco depois nos álbuns referidos), integrado na Missão Cinegráfica às Colónias, dirigida por António Lopes Ribeiro (inf. Ether 1987 a confirmar). O seu trabalho fotográfico tem uma originalidade única no âmbito da fotografia oficial e de propaganda: uma informalidade imprevista, um dinamismo e agilidade, ou velocidade, incomuns, uma exploração da relação da figura com a multidão e com o espaço envolvente que surpreendem - se escolhermos os highlights de uma extensa produção.

E.
Já de 1939, mas com fotografias realizadas em 1938, em vários casos reconhecíveis, é o pequeno álbum fotográfico Images Portugaises, ed. do SPN certamente no quadro da promoção da Exposição de 1940, ou com uma genérica intenção de promoção turística. Discreto e mais uma vez sem atribuição de autorias, para além da apresentação de António Ferro, o pequeno volume reúne os nomes mais dinâmicos da Objectiva, também Mário e Horácio Novais, e ainda Firmino Marques da Costa, tendo em geral uma sobriedade notoriamente anti-artística, entendida como atenção directa aos temas documentados e ausência de efeitos que se poderiam dizer salonistas. Sóbrio, sem efeitos de montagem, eficaz como documentário e com alguma pretensão literária. A palavra banal e a ideia "essencial" do natural aparecem no texto de António Ferro como tinham sido defendidas nos escritos e imagens dos Drs. António Lacerda Nobre e Álvaro Colaço, os agitadores da Objectiva



http://alexandrepomar.typepad.com/.a/6a00d8341d53d453ef00e553ccdcda8833-pi António Lacerda Nobre, Le blé

 F. Marques da Costa. Carmona e o ministro das Colónias Francisco José Vieira Machado (1936 - 1944; banqueiro antes e depois no BNU)

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2)
A questão da Arquitectura: qual a intervenção de Vasco Vieira da Costa? Chefe da Secção Técnica, cenógrafo e designer. Ecletismo e naiveté: a melhor Art Déco e outros estilos.

3)
O contexto político-económico: a Exposição e o Plano de Fomento de 1938; o governador geral coronel  António Lopes Mateus (período 1935-39). A revista "Actividade Económica de Angola" dedicada à Exposição-Feira e ao Plano Fomento de Angola aprovado em 1936 (em 1938 por Lisboa). Um volume ausente de todas as bibliotecas?


4)
Angola 1938, a exposição angolana obra de angolanos, entre as exposições coloniais de 1934 e 1940, de Henrique Galvão. Dois mapas antagónicos: "Portugal não é um país pequeno" e Luanda capital do Império

5)
A figura do dr. António Videira, advogado da Oposição e então porta-voz dos colonos. Sessão de homenagem e agradecimento ao governador no encerramento. Ver Boletim Geral das Colónias nº 163, pág 67-68 ("Falou depois em nome dos seus colegas"...)




6)
A 1ª etnografia angolana (Pavilhões de arte indígena). Fernando Mouta, 1934 e Elmano Cunha e Costa, 1938: depois, José Redinha (1936?) e Carlos Estermann. A 2ª Missão Suíça, 1932: "Retour d'Angola", Neuchâtel 2007-11.

7)
Angola 1938, uma exposição nacional fora da lista das exposições coloniais

segunda-feira, 31 de março de 2014

Elmano 1947, 1951 (Elmano 3)

À bibliografia do Elmano Costa e Cunha acrescenta-se mais um nº, na BA:
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS DE ANGOLA PELO DR. ELMANO CUNHA E COSTA


Portugal. Secretariado de Propaganda Nacional, ed. lit. (?)

Lisboa : Império, [1938]

[2] p. ; 23 cm

e já antes, localizado num 'sebo' do Brasil

Catálogo da Exposição de Etnografia Angolana - Promovido pela Agência Geral das Colónias. Porto, No Salão de Festas do Coliseu, 1947. Documenário fotográfico, Carta Etnográfica e legendas, da autoria do Dr. Elmano Cunha e Costa. In-8.º; de páginas inumeradas. 


É certamente uma variante portuense do catálogo de 1946 no SPN:

1. Catálogo da exposição de etnografia angolana / Elmano Cunha e Costa. - Lisboa : Agência Geral das Colónias (Lisboa : Oficina Gráfica Limitada, 1946. - fotografias - 37 p. : il. ; 22 cm. / [34] p., [6] leaves of plates : ill. ; 23 cm

A que se segue então o 3º catálogo: 



3. CATÁLOGO da Exposição de Penteados e Adornos Femininos das Indígenas de Angola / promovida pela Agência das Colónias sob o patrocínio de S. Exª o Ministro das Colónias: Documentario fotográfico, carta etnográfica e legendas da autoria do DrElmano Cunha e Costa.
(Lisboa): S.N.I., 1951.(40) p.:il.; 23 cm.. (Salão do SNI / Lisboa : imp. Sociedade Industrial de Tipografia, [20] f. : il. ; 24 cm OU  [19] p., [8] leaves of plates : ill. ; 22 cm)
200 nºs de catálogo. Ilustrado com 8 fotografias.

Penteados e adornos (rapariga do Humbe) Angola (nº 143?)
a mm foto aparece rep. na pág. 262 da História de A. Sena (s/t (jovem rapariga do Humbe, Angola, c. 1945, brometo 29,9x23,6 cm, col. part.

escreve A.S.: E.C.C, expõe em 1946 no SNI "o trabalho que realizou durante a Missão Fotográfica a Angola. Tinha sido encarregado pelo Governo para (de) organizar o Álbum Etnográfico de Angola, em colaboração com o Pe. Carlos Estermann.", p. 261. (sublinhados a confirmar...)

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Entretanto, a Inês Gomes, que tem estudado as exposições de fotografia colonial/ultramarina, refere que

O Elmano era advogado de formação. Exerceu em Moçâmedes. Volta a Portugal em 1943, ano em que tenta reingressar na Ordem dos Advogados, mas não o aceitam. Morre em 1955.
O artigo  Alguns aspectos dos estudos etnográficos (In: Boletim geral das colónias. - Ano 19º, nº 220 (Outubro de 1943), p. 93-108 ) data assim do seu regresso a Lisboa

Entretanto acrescenta outro título: "O Regaleira e...os seus fantamas", tb escrito pelo mesmo Elmano, que não tinha visto referido: "Traz dados importantes. Ele tinha como cliente, por ex., o Banco de Angola e o próprio Elmano dirigiu um jornal "Sul de Angola", de Moçâmedes."

Existe na Biblioteca de Arte da Gulbenkian e também na BN: