05/14/2025
Koyo Kouoh e When We See Us em Bruxelas
WHEN WE SEE US - Quando nos vemos - , a grande exposição que encerra a carreira de KOYO KOUOH (morreu antes de anunciar a sua Bienal de Veneza de 2026), continua até 10 de Agosto no Bozar de Bruxelas, vinda da Cidade do Cabo (2022-23) e de Basileia (2024). Em Outubro segue para Estocolmo, até 2026.
É uma exposição inédita que afirma novas sensibilidades do presente: a pintura (só pintura), a figuração em pintura, a representação (auto-representação) do corpo, do quotidiano, da vida e do pensamento por parte de artistas africanos e afrodescendentes - Negros e Pan-africanos, segundo as versões inglesa e francesa do subtítulo: "A Century of Black Figuration in Painting" e "Un Siècle de Peinture Figurative Panafricaine". 
É uma mostra radical que na selecção dos seus artistas, populares e locais, ou cosmopolitas e mediáticos, propõe um ponto de vista africano e subverte estereótipos. Onde se recusa pôr em primeiro plano a dor e a injustiça sofridas ou que ainda se sofrem (a escravatura, o colonialismo, as ditaduras e guerras pós-independências) para mostrar que "a experiência negra pode ser vivida e entendida através do prisma da alegria”, ou sublinhando “a resiliência e a carga política da alegria negra” (Black Joy / la gaieté panafricaine). Quotidiano, Repouso, Triunfo e Emancipação, Sensualidade, Espiritualidade, Alegria e Celebração (Joy & Reverly) são as etapas de um discurso expositivo acessível e imprevisível, em grande parte desconhecido, que se organiza sem compartimentações geográficas, geracionais e de contextos conceptuais, desde 1920, para mostrar novas tradições surgidas nos anos 50 e 60, novas aprendizagens mais ou menos independentes das academias europeias e as modernidades africanas ou afro-diaspóricas que hoje alcançam grande importância no mercado global.
Fica em questão o programa de racialização que ao celebrar os artistas negros omite os brancos africanos e o norte do continente e o Egipto.