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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Associações e salões, profissionais e amadores (ANOS 50)

Da ignorância da história
citação:
"26 Na década de 50, e paralelamente ao trabalho dos profissionais, os amadores de fotografia passaram a ter algum protagonismo impulsionado pela formação dos fotoclubes e pela organização de exposições nacionais e internacionais um pouco por todo o país, numa imagem sem intuitos comerciais mas com preocupações estéticas, frequentemente no âmbito de um registo documental. São disso exemplos a continuidade dos salões internacionais de arte fotográfica, em Lisboa e Porto, organizados desde 1937 pelo Grémio Português de Fotografia, o I Salão Nacional de Arte Fotográfica da Figueira da Foz (1952), o I Salão de Arte Fotográfica de Setúbal (1954), o II Salão de Fotografia da Guarda (1954), o II Salão de Fotografia organizado pela Câmara Municipal de Barcelos (1952), o I Salão Internacional de Arte Fotográfica de S. Paulo de Luanda (1952) e o I Salão de Arte Fotográfica de Braga (1953).

27 Do mesmo modo, também as organizações laborais criaram os seus concursos e exposições de fotografia, de que foram exemplo: o I Salão de Arte Fotográfica (1951) do Grupo Desportivo da CUF (a quinta edição, em 1955, passaria a salão internacional), o II Salão Internacional Interbancário de Arte Fotográfica (1954), organizado pelo Grupo Desportivo do Banco Espírito Santo e Comercial de Lisboa ou, mais tarde o Salão Internacional de Arte Fotográfica da Marinha Mercante, Aeronavegação e Pesca (1956), numa organização do Grupo Cultural e Desportivo da Companhia Colonial de Navegação." 

Israel Guarda e José Oliveira, « A fotografia e os fotógrafos na revista Panorama (1941-1973): 30 anos de propaganda? », Comunicação Pública [Online], Vol.12 nº 23 | 2017, posto online no dia 15 Dezembro 2017, consultado o 11 Janeiro 2018. URL : http://journals.openedition.org/cp/1927

Não, os amadores não passaram a ter "algum protagonismo" na década de 50...
Já tinham protagonismo nos anos 30, e nos 40, sem que amadores e profissionais estabeleçam barreiras relevantes entre si: reúnem-se nas mesmas agremiações e quase todos participam nos mesmos salões. Em muitos casos (Artur Pastor, João Martins, António Paixão) os profissionais da fotografia são também fotógrafos amadores quando participam nos Salões de Arte Fotográfica.

O Grémio Português de Fotografia foi criado em 1931, sucedendo à Sociedade Portuguesa de Photographia; promoveu o seu 1º Salão em 1932, que passou a Internacional em 1937. Era uma secção da Sociedade Propaganda de Portugal, o que define o seu carácter elitista.  Em 1937, o Grémio tinha apenas cem sócios (pagavam 50$ anuais os de Lisboa e 30$ os da província, um preço elevado). Era um número muito baixo de sócios, como a revista Objectiva então assinala, mas só muito mais tarde, no pós-guerra,  aparecem novas associações: o Grupo Câmara em 1949, em Coimbra; o Foto Clube 6 x 6 em 50, Lisboa; a Associação Fotográfica do Porto em 51. Os anos da Guerra e a expansão da fotografia (jornalística e documental ou artística) justificam a multiplicação de fotoclubes nos anos 50; a revista Objectiva e o seu núcleo de animadores tinham falhado em 1937-38 a sua oposição ao Grémio, já no contexto ideológico das comemorações dos centenários.

A lista de salões alinhada acima (locais e "laborais") mostra o crescimento do salonismo ao longo dos anos 50 (a par do associativismo em geral), mas perde o essencial: ignora a actividade expositiva das novas associações surgidas em 1949-51 e não distingue os mais importantes dos salões, os do Barreiro: o 1º Salão de Arte Fotográfica do Jornal do Barreiro, de 1950, que premeia Adelino Lyon de Castro; e em 1951 o Salão já é do Grupo Desportivo da CUF, restrito aos seus associados, sendo o de 1952, 2º Salão, nacional, e o 5º é já internacional, em 1955. Augusto Cabrita afirma-se desde 1950 mas em especial em 1952. E a partir de 1956 também Eduardo Gageiro. 

O que é próprio dos anos 50 é um divórcio definitivo entre amadores-salonistas e amadores que recusam os salões, amadores não associados, independentes desalinhados e elitistas, que vão ser os intérpretes de uma efémera (e em grande parte oculta) renovação fotográfica de sentido não formalista, arredada do culto salonista da Arte Fotográfica. Enquanto noutros países (Espanha, Brasil, etc) as rupturas dos anos 50 nascem nos fotoclubes e contra eles, renovando-os e fracturando-os, em Portugal não parece haver contágio entre praticantes. Depois do solitário e breve Fernando Lemos, 1952, influenciado pela Fotografia Subjectiva de Otto Steinert, uma linha de intervenção marcada pela exposição The Family of Man inclui os isolados Victor Palla e Costa Martins, autores de uma obra só, e os membros de um fotoclube privado com Gérard Castello Lopes, Sena da Silva, Carlos Calvet, Carlos Afonso Dias.

Só recentemente, em especial graças a "Batalha de Sombras", 2009, Vila Franca de Xira (organizada por Emília Tavares) se pôde reconhecer que do lado salonista (Varela Pécurto, Eduardo Harrington Sena, Fernando Taborda) se vivia também uma dinâmica modernizadora, modernista, informada em especial do formalismo norte-americano, apolítica.

(a ausência de acuidade e cultura visual na generalidade dos autores convocados (não li todos), tal como a ausência de um nível mínimo de conhecimento sobre a fotografia e a sua história, são surpreendentes - é o caso das abordagens da fotografia colonial (feita em África) ou da análise da revista Panorama. A Universidade chegou à fotografia mas não aprendeu a ver, limita-se a demarcar um espaço de ignorância impúdica que se diz de investigação. O objecto imagem dissolve-se sob a capa fácil da repetição de banalidades supostamente teóricas sobre a fotografia e da fuga para apreciações ideológicas de um gosto antifascista e anticolonialista primários, vendo "propaganda" por toda a parte, atracção pelo exotismo e outros formulários básicos.) 


 

domingo, 7 de janeiro de 2018

Cronologia FOTOGRAFIA PORTUGUESA (1916-1965

CRONOLOGIA in progress

apontamentos  - registada a 8 de Dez. 2013 - com Actualizações

Boletim Photographico (1900 - 1914), Arnaldo Fonseca e Júlio Worm editores
Illustração Portuguesa (1903-1924), suplemento semanal de O Século. Joshua Benoliel, Aurélio da Paz dos Reis, António Novaes e Arnaldo Garcez.
Arte Photographica (1915 - 1931) editado por B. dos Santos Leitão

1907, criação da  Sociedade Portuguesa de Photographia (integrada na  Sociedade Propaganda de Portugal)
1910, exposição de “Photographia Artística ” ,  Salão de Illustração Portuguesa

Afonso Lopes Vieira, Anibal Bettencourt, Júlio Worm, Maria Lemos de Magalhães,
Domingos Alvão
San Payo

Visconde de Sacavém,  Photograms of the Year

 1916
Exposição Nacional de Photographia, Dezembro SNBA, org. B. dos Santos Leitão. Com Arnaldo Garcez, Domingos Alvão, Fernando Carneiro Mendes, J. de Almeida Lima, Brum do Canto, Pedro Lima (tx o + intrigante e sugestivo profissional: retrato de Santa Rita > Paris)  (AS 224)

1922
António Ferro dirige a Ilustração Portuguesa

1924
Ilustração Moderna, dir. Marques de Abreu (1879-1958)


1926
(-1938) Ilustração

1927
(- 1933) Magazine Bertrand

1928
(-1935) O Notícias Ilustrado, supl. gráfico do Diário de Noticias. Dir. Leitão de Barros. Imp. rotogravura (mm ano que Vu, 1928-38)

Salazar Dinis, Denis Salgado, Ferreira da Cunha, João Martins, Mário Novais e Horácio Novais,  Judah Benoliel.

1929
I Exposição-Concurso de Fotografias, Março SNBA, org. B. dos Santos Leitão (ver 1916), dir. de Arte Fotográfica. Com João Martins, Silva Nogueira e o pp
Salão Kodak?


1930
I Salão dos Independentes: participação de  Mário Novais e de Branquinho da Fonseca e Edmundo de Bettencourt, escritores da Presença
Presença, Jan. publica Branquinho da Fonseca e Edmundo de Bettencourt

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

PANORAMA (30 anos por junto)

É possível escrever sobre a presença da fotografia na revista Panorama sem conhecer nada da fotografia portuguesa?
É uma boa aposta estudar a revista Panorama no seu tempo completo de existência (1941-1973) antes de (ou em vez de) delimitar períodos com diferentes características. A 1ª série, que corresponde à tutela de António Ferro, é um tema bastante para sustentar uma 1ª pesquisa.
Artigos

A fotografia e os fotógrafos na revista Panorama (1941-1973): 30 anos de propaganda?

Photographers and photography in Panorama magazine (1941-1973): 30 years of propaganda?
Israel Guarda e José Oliveira

Resumos

O interesse pela fotografia impressa está longe de ser um facto negligenciável em diversos projetos editoriais. Centrando a atenção sobre a análise da revista Panorama (1941-1973), este artigo testa a possibilidade de uma história alternativa desta publicação por meio da fotografia. Uma análise alargada de algumas edições revelou uma disseminação assimétrica da fotografia ao longo do tempo, que refletia a perca de protagonismo do fotógrafo e da imagem fotográfica nas últimas séries. Impunha-se, portanto, uma análise de conjunto da revista como meio de obter um quadro representativo desse período. A pertinência desta análise, ainda exploratória, é a de trazer novos dados que contribuam para entender até que ponto a fotografia é utilizada como instrumento de propaganda na Panorama ou perde a sua capacidade discursiva, passando a ocupar uma função meramente ilustrativa.
Topo da página

Notas do autor

Artigo desenvolvido no âmbito do projeto de investigação Fotografia impressa. Imagem e propaganda em Portugal (1934-1974) [PTDC/CPC-HAT/4533/2014].

PANORAMA, revista (1941 1949, 1ª série)

Apontamentos de 8 Dez 2013 - com actualizações

... Existe também a luxuosa revista Panorama, Revista Portuguesa de Arte e Turismo, onde a fotografia, na condição de ilustração fotográfica, tem um lugar respeitado e prestigioso, a acompanhar a representação alargada dos artistas modernos oficializados por António Ferro e a presença patrimonial da história da arte e da museologia. "A fase polémica do modernismo já lá vai" escrevia C.Q. (Carlos Queiroz) no nº de Fevereiro de 1944 (nº 19, vol. 4º, edição Secretariado da Propaganda Nacional) na notícia muito ilustrada da 8ª Exposição de Arte Moderna no SPN, onde os surrealistas estão representados por Cândido Costa Pinto, António Dacosta e António Pedro. Logo a seguir, mostravam-se "3 aspectos da casa do pintor António Pedro".

Panorama é essencial para perceber como é complexa e abrangentemente moderna a ordem estabelecida, ou a sua cúpula cultural, ou apenas uma espécie de fachada artística onde se arbitra a moda e o bom gosto num país que escapava às devastações da guerra (e que lucra com ela) - não há vestígios do conflito mundial nem, aliás, de quaisquer outras tensões, nos números de 1944, 45, 46...  Quando se faz referência a "uma hora revolucionária", no nº do Natal de 1944 (nº 22, já editado pelo Secretariado Nacional de Informação e Cultura Popular - S.N.I.C.P.), é para qualificar "esta fase da vida turística em Portugal".

Bernardo Marques (director artístico não creditado), Ofélia Marques, Carlos Botelho, Thomas de Mello (Tom), Estrela Faria, Almada Negreiros são presenças regulares, mas também comparecem Manuel Ribeiro de Pavia (futuro ilustrador de neo-realistas), Eduardo Anahory, Diogo de Macedo (modernista histórico, então director do Museu Nacional de Arte Contemporânea, que então reabre muito remodelado - nº 24 de 1944), Cândido, Dacosta (este no nº especial 25-26 de 1945 sobre touros), Júlio Resende (nº 27, 1946), etc. 

Na fotografia - retratos, monumentos, paisagens, obras de arte, etc - os mais constantes são Mário e Horácio Novais (igualmente os melhores), ao lado de Fernando Vicente, o mesmo Tom, Manfredo (?), João Martins, sempre referidos na página do sumário e junto às imagens (de facto, o reconhecimento da profissão e da fotografia não é um facto recente). Também se publicam Alvão e a Foto Beleza quando necessário, ou um amador como Adriano Lopes Vieira, de Cortes, Leiria, irmão do poeta que também foi um interessante fotógrafo.
No nº 21, Junho de 1944, refere-se a exposição individual de Constantino Varela Cid no Estúdio do SPN, e anunciam-se futuras reproduções que não serão publicadas.

Se o 8º e o 9º Salões de Arte Moderna do SPN/SNI são objecto de várias páginas, o mesmo acontece "A propósito do 9º Salão de Arte Fotográfica" no nº 29, de 1946. O título do breve texto de Américo Nogueira (?) continua na afirmação "A fotografia é uma arte" ... "na medida em que o fotógrafo é artista", defende depois o autor (a acção mecânica não é argumento, porque pode usar-se o melhor equipamento e fazer más fotografias, ou vice-versa). As imagens são de Maria Luisa Viana Jorge, Eduardo Portugal (este um profissional ausente do Salão), Henri Albert (2 de um belga residente em Lisboa), A. Santos André e Álvaro Valente - todas elas fotos directas de paisagem, sóbrias, sem artifícios. Entre esta fotografia artística, em geral de amadores, e a arte dos profissionais da fotografia, que pouco frequentam os salões, existe uma fronteira invisível, e indizível.
Untitled-31 
"O 'F-3340'", Maria Luiza Huet Viana Jorge (catálogo do 9º Salão, 1946)

A edição mais surpreendente do Panorama desses anos (a 1ª série vai de 1941 a 1949, até à demissão de Ferro) é talvez a que assinala a morte de Duarte Pacheco, homenageado por Ferro e por Cotinelli Telmo, retratado por Mário Novais, sendo a sua acção documentada por obras de muitos arquitectos e artistas modernos (Pardal Monteiro, Keil do Amaral, Maria Keil, etc.) - é o nº 19, Fev. 1944.

Entretanto, as páginas de publicidade não são menos significativas que as outras, com o seu grafismo  elegante e moderno. Aí se referem (Natal de 1944) outras publicações relevantes do regime como O Mundo Português - Revista Colonial de Arte e Literatura, com páginas de "fotografias de arte, etnografia e iconografia", edição da Agência Geral das Colónias e do S.N.I.C.P., com 130 nºs publicados, então dirigida por Augusto Cunha; ou Atlântico - Revista Luso-brasileira de Cultura e Literatura, 5 nºs publicados, edição S.N.I.C.P. e do Departamento de Imprensa e Propaganda do Brasil. Todas elas têm morada em S. Pedro de Alcântara.

#

Adelino Lyon de Castro publicado na Panorama: 1. Uma fotografia de Lyon de Castro tinha sido publicada no nº 39 da revista "Panorama", em 1949 (1ª série). Um "Número dedicado à província", onde Artur Pastor e Tom (Thomaz de Mello) estão muito presentes.. Com uma legenda onde se expressava uma especial deferência.
2. A fotografia de Adelino Lyon de Castro que obteve o 1º Prémio no Salão de Arte Fotográfica Panorama foi reproduzida em "Panorama - Revista portuguesa de Arte e Turismo", II Série, nº 4, 1952; ed. Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo; director Luís Ribeiro Soares. Extra-texto (não paginado).

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

António Lacerda Nobre

Apontamentos

A. Sena não indica as datas de nascimento e morte, e tb. ainda não as encontrei.
...diz que "as fotografias de A. Lacerda Nobre são uma excepção na monotonia das imagens que se publicam ou expõem nos sucessivos Salões...", pág. 253, e refere-o na exp. "Uma viagem através de Portugal", org. O Século, 1936, pág.  246. (E apenas nestes dois casos.)

Lacerda Nobre (Dr. A. Lacerda Nobre, como é quase sempre referido) é um dos mais activos fotógrafos nos 12 primeiuros números de Objectiva em 1937-38 (ano I, nºs 1 a 12, 15 de Junho 1937 a Maio de 38)
A produção posterior publicada é muito desinteressante: capa do nº 13 (1 Junho 1938), um retrato de criança; e fotos nas págs. 39 e 114, no nº 14, "Repouso na doca" e no nº 17, "Tarde no Mondego".
No nº 25, de Julho de 1941 (nº 4 da 2ª série) publica a foto de uma escultura de Manuel Mendes: um contraplongé sobre dois patos, de sentido humorístico algo intrigante.

Lacerda Nobre não comparece no I e II Salão Internacional do Grémio P.F.  (1937 e 38), mas foi em 1938 o vencedor destacado do  "I Concurso e Exposição de Estudo Fotográfico", organizado pela revista Objectiva de uma forma rigidamente "pedagógica", divulgado nos nº 14 e 15, de Julho e Agosto de 1938. Decorreu na SNBA de 16 a 24 de Julho. (Terá sido mais um fracasso para os propósitos renovadores da Objectiva). (não expõe tb a partir de 1941, tal como Alvaro Colaço)

publicado em
Images Portugaises, ed. SPN 1939 (não creditado)
Panorama, 1941 e 1942

#

Publicado em IMAGES PORTUGAISES, ed. Secretariado da Propaganda Nacional, s.d. (1939), prefácio de António Ferro. in 4º, 72 p. não num.; 23 x 23 cm. Legendas em francês, "Index" em inglês. Fotógrafos não identificados, com larga presença de Horácio Novais e Mário Novais.

(ver leilão P4 de 1 de Junho e 9 de Novembro de 2006. Fotos postas à venda separadamente. Alguns dos autores são identicados nos dois catálogos.)

l'abondance des récoltes ? / le blé / quietude. ponte de Santarem


Images: "la beauté naive des poteries" - ? 
Panorama nº 4, Setembro 1941, pág. 5

Images: "l'abondance des récoltes" - ?


Images: "le blé"

 Images: "quietude. ponte de Santarem"

EM OBJECTIVA



"Escolha da sardinha" - fotografia do Ex. Sr. Dr A. Lacerda Nobre feita com "Superb Voigtlander", objectiva "Skapar" diafragmada a 5,6 - 1:100 de segundo, película "Verichrome" (filtro---" , 1935 (nº 1, capa - ou pág. 3?)

"Gradando", de A. Lacerda Nobre, nº 1, 15 de Junho de 1937, pág 13




Fotografias do Dr. Lacerda Nobre, nº5, pág. 76 e  77
Nudez, dr. A Lacerda Nobre, nº 12, Maio 1938, pág.190

#

Panorama nº 4, Setembro 1941, "Feiras e Mercados", pág. 5-7. Artigo assinado por "PANORAMA" onde se propõe a realização em Lisboa da "Grande Feira do Outono", acompanhado por 14 fotos não creditadas em geral de peq. formato. No sumário indica-se a presença de fotografias de, entre outros, Dr Lacerda Nobre. Inclui a foto acima de "Images Portugaises" "la beauté naive des poteries" 

Panorama nº 7, 1942, Os telhados de Lisboa, por António Lopes Ribeiro, pág 25-27, fotos de Horácio Novais, Lacerda Nobre e Manfredo não identificadas.

#

1936: exp. "Uma viagem através de Portugal", org. O Século
1938: I Concurso e Exposição de Estudo Fotográfico", org. Objectiva. SNBA de 16 a 24 de Julho (ver nº 14, de Julho de 38). 

seis fotografias nos 12 nºs iniciais de Objectiva (ano I, nºs 1 a 12, 15 de Junho 1937 a Maio de 38)(publica capas dos nºs 1 e 3, mais pp. 1, 13, 29, 76. 77 e 190) ?

capa do nº 13 (1 Junho 1938), um retrato de criança; 
fotos nas págs. 39 e 114, no nº 14:  "Repouso na doca" 
e no nº 17 "Tarde no Mondego".

No nº 25, de Julho de 1941 (nº 4 da 2ª série) escultura de Manuel Mendes: um contraplongé sobre dois patos, de sentido humorístico algo intrigante.



domingo, 8 de dezembro de 2013

PANORAMA, revista (1941 - 1949, 1ª série)


Apontamentos de 8 Dez 2013 / Ver 7 Jan. 2018 (revisão)
... Existe também a luxuosa revista Panorama, Revista Portuguesa de Arte e Turismo, onde a fotografia, na condição de ilustração fotográfica, tem um lugar respeitado e prestigioso, a acompanhar a representação alargada dos artistas modernos oficializados por António Ferro e a presença patrimonial da história da arte e da museologia. "A fase polémica do modernismo já lá vai" escrevia C.Q. (Carlos Queiroz) no nº de Fevereiro de 1944 (nº 19, vol. 4º, edição Secretariado da Propaganda Nacional) na notícia muito ilustrada da 8ª Exposição de Arte Moderna no SPN, onde os surrealistas estão representados por Cândido Costa Pinto, António Dacosta e António Pedro. Logo a seguir, mostravam-se "3 aspectos da casa do pintor António Pedro".
Panorama é essencial para perceber como é complexa e abrangentemente moderna a ordem estabelecida, ou a sua cúpula cultural, ou apenas uma espécie de fachada artística onde se arbitra a moda e o bom gosto num país que escapava às devastações da guerra (e que lucra com ela) - não há vestígios do conflito mundial nem, aliás, de quaisquer outras tensões, nos números de 1944, 45, 46...  Quando se faz referência a "uma hora revolucionária", no nº do Natal de 1944 (nº 22, já editado pelo Secretariado Nacional de Informação e Cultura Popular - S.N.I.C.P.), é para qualificar "esta fase da vida turística em Portugal".
Bernardo Marques (director artístico não creditado), Ofélia Marques, Carlos Botelho, Thomas de Mello (Tom), Estrela Faria, Almada Negreiros são presenças regulares, mas também comparecem Manuel Ribeiro de Pavia (futuro ilustrador de neo-realistas), Eduardo Anahory, Diogo de Macedo (modernista histórico, então director do Museu Nacional de Arte Contemporânea, que então reabre muito remodelado - nº 24 de 1944), Cândido, Dacosta (este no nº especial 25-26 de 1945 sobre touros), Júlio Resende (nº 27, 1946), etc. 
Na fotografia - retratos, monumentos, paisagens, obras de arte, etc - os mais constantes são Mário e Horácio Novais (igualmente os melhores), ao lado de Fernando Vicente, o mesmo Tom, Manfredo (?), João Martins, sempre referidos na página do sumário e junto às imagens (de facto, o reconhecimento da profissão e da fotografia não é um facto recente). Também se publicam Alvão e a Foto Beleza quando necessário, ou um amador como Adriano Lopes Vieira, de Cortes, Leiria, irmão do poeta que também foi um interessante fotógrafo.
No nº 21, Junho de 1944, refere-se a exposição individual de Constantino Varela Cid no Estúdio do SPN, e anunciam-se futuras reproduções que não serão publicadas.
Se o 8º e o 9º Salões de Arte Moderna do SPN/SNI são objecto de várias páginas, o mesmo acontece "A propósito do 9º Salão de Arte Fotográfica" no nº 29, de 1946. O título do breve texto de Américo Nogueira (?) continua na afirmação "A fotografia é uma arte" ... "na medida em que o fotógrafo é artista", defende depois o autor (a acção mecânica não é argumento, porque pode usar-se o melhor equipamento e fazer más fotografias, ou vice-versa). As imagens são de Maria Luisa Viana Jorge, Eduardo Portugal (este um profissional ausente do Salão), Henri Albert (2 de um belga residente em Lisboa), A. Santos André e Álvaro Valente - todas elas fotos directas de paisagem, sóbrias, sem artifícios. Entre esta fotografia artística, em geral de amadores, e a arte dos profissionais da fotografia, que pouco frequentam os salões, existe uma fronteira invisível, e indizível.
Untitled-31 
"O 'F-3340'", Maria Luiza Huet Viana Jorge (catálogo do 9º Salão, 1946)

A edição mais surpreendente do Panorama desses anos (a 1ª série vai de 1941 a 1949, até à demissão de Ferro) é talvez a que assinala a morte de Duarte Pacheco, homenageado por Ferro e por Cotinelli Telmo, retratado por Mário Novais, sendo a sua acção documentada por obras de muitos arquitectos e artistas modernos (Pardal Monteiro, Keil do Amaral, Maria Keil, etc.) - é o nº 19, Fev. 1944.

Entretanto, as páginas de publicidade não são menos significativas que as outras, com o seu grafismo  elegante e moderno. Aí se referem (Natal de 1944) outras publicações relevantes do regime como O Mundo Português - Revista Colonial de Arte e Literatura, com páginas de "fotografias de arte, etnografia e iconografia", edição da Agência Geral das Colónias e do S.N.I.C.P., com 130 nºs publicados, então dirigida por Augusto Cunha; ou Atlântico - Revista Luso-brasileira de Cultura e Literatura, 5 nºs publicados, edição S.N.I.C.P. e do Departamento de Imprensa e Propaganda do Brasil. Todas elas têm morada em S. Pedro de Alcântara.

#
actualização
Adelino Lyon de Castro publicado na Panorama: 1. Uma fotografia de Lyon de Castro tinha sido publicada no nº 39 da revista "Panorama", em 1949 (1ª série). Um "Número dedicado à província", onde Artur Pastor e Tom (Thomaz de Mello) estão muito presentes.. Com uma legenda onde se expressava uma especial deferência.
2. A fotografia de Adelino Lyon de Castro que obteve o 1º Prémio no Salão de Arte Fotográfica Panorama foi reproduzida em "Panorama - Revista portuguesa de Arte e Turismo", II Série, nº 4, 1952; ed. Secretariado Nacional de Informação, Cultura Popular e Turismo; director Luís Ribeiro Soares. Extra-texto (não paginado).