Nas caixas estão fotografias das séries São Paulo, Espaços aprisionados (prisões do Brasil e Colômbia), Favelas: Arquitectura de sobrevivência (existe ed. Blurb), e noutra ainda imagens inéditas de novos e diferentes itinerários em Portugal. De que se verão algumas provas num próximo Salão/colectiva da PG.
As Favelas foram expostas (em Portugal) numa individual da Galeria 3+1 (Nov./Dez., Lisboa) e antes em mostras nos Museus de Estremoz e Beja, e ainda em Portalegre (em 2009). (Há pequenos catálogos dos dois museus e auto-edição Blurb)
(Sobre Favelas, Pedro Lobo, cat. Estremoz)
“Já faz bastante tempo que tenho utilizado a fotografia de 
arquitectura como um meio de tecer comentários a respeito das pessoas 
que vivem e ocupam estes espaços. A princípio, fotografei as favelas da 
cidade do Rio de Janeiro com o objectivo de mostrar a luta pela 
dignidade, apesar de todas as dificuldades, destas pessoas que não tem 
outra escolha a não ser viver nestas comunidades excluídas. A maior 
parte das pessoas de classe média nunca entrou em uma favela e não tem a
 menor ideia a respeito do universo paralelo existente nestes lugares.
A
 exclusão é a força criadora de um universo paralelo nas favelas: poder 
paralelo, economia paralela, sociedade paralela, vidas paralelas. A 
cidade expõe suas feridas abertas, permanentes, paralelas e, no terceiro
 mundo, decorrentes do idealizado no passado pelos que excluíram 
parcelas significativas da população.
Eu fotografo estas 
construções da mesma maneira que fotografaria monumentos ou residências 
privilegiadas. Construo estas imagens com geometria, composição e 
estrutura cuidadosamente planejadas buscando um resultado formal 
contemporâneo que inclui referências históricas da arte e, em especial 
da fotografia.
“Quem não entra não sabe”
As
 favelas do Rio de Janeiro expandem os limites da compreensão: 
estatísticas e de cidade, confinadas em área reduzidas, com pouca ou 
quase nenhuma infra-estrutura urbana. Quem não mora lá não sabe direito o
 que é uma favela carioca. Quero fazer com que todos entrem em uma 
favela e, como eu, aprendam um pouco mais sobre estas pessoas e suas 
condições de vida.
Estas imagens reflectem a responsabilidade com
 a qual lido em meu trabalho. Estas imagens não são a respeito de 
pobreza ou miséria, mas sim sobre seres humanos que se encontram, em 
situações extremamente adversas e, que apesar de tudo, decidiram não 
abandonar a luta por uma existência digna.”
Com imagens de Favelas
(A dignidade e a geometria das favelas. Por Pedro Lobo)
(continua)


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