Obras de René Bertholo no Hospital do Barreiro (Centro Hospitalar Barreiro Montijo, EP) a precisar de
restauro, instaladas em jardins interiores. Datam de 1983 e sucedem-se a
outras criações de arte pública realizadas em França. São em betão armado
colorido e resistiram bastante bem ao tempo, ao livre, em pátios fechados junto a zonas de circulação de visitantes.
1º pátio
2º
3º
4º pátio com peças obras
4
5
6
4 - 5 - 6
1º pátio
2º
3º
4º pátio com peças obras
4
5
6
4 - 5 - 6
Dizia o René numa entrevista que lhe fiz em 1984:
" Tive também vontade de fazer uma
pintura que fosse compreendida pelo maior número de pessoas, sem ser
popular propriamente. Só me transporto para um campo quase totalmente
popular quando faço coisas para a arquitectura. (...)
Quando faço uma coisa para um edifício
público, acho que quem vai ver aquilo são pessoas, não direi simples,
mas que não têm cultura pictural, e portanto restrinjo-me
voluntariamente a um vocabulário mais acessível a toda a gente. Ponho
menos elementos que não se sabe o que são, mas ponho sempre alguns.
(...)
Aí, no Hospital, é a "démarche" extrema
daquilo que eu procuro. Sei que uma pessoa que não sabe ler não terá um
acesso total ao que faço quando pinto um quadro. Mas penso que apesar de
tudo vai encontrar uma data de elementos que reconhece, que lhe dizem
qualquer coisa, e o facto de encontrar um certo número de coisas que não
reconhece, ou não sabe o que é, pode não estorvar uma leitura pessoal
do quadro.
Para mim as formas são "containers" (contentores): permitem um certo número de conteúdos, mas não todos. Quando uma pessoa vê um quadro faz forçosamente uma interpretação pessoal que até a pode ajudar às vezes na compreensão de si próprio, e isso parece-me que é o máximo, em todo o caso é o máximo que eu posso pretender,
E um pouco como o 'I King', um livro de adivinhação chinês, anterior à Bíblia, onde se contam histórias que se lêem ao acaso, e cujos elementos têm a função de fazer subir ao consciente o que está no inconsciente. Gostaria que os meus quadros tivessem essa função. "
Para mim as formas são "containers" (contentores): permitem um certo número de conteúdos, mas não todos. Quando uma pessoa vê um quadro faz forçosamente uma interpretação pessoal que até a pode ajudar às vezes na compreensão de si próprio, e isso parece-me que é o máximo, em todo o caso é o máximo que eu posso pretender,
E um pouco como o 'I King', um livro de adivinhação chinês, anterior à Bíblia, onde se contam histórias que se lêem ao acaso, e cujos elementos têm a função de fazer subir ao consciente o que está no inconsciente. Gostaria que os meus quadros tivessem essa função. "
entrevista publicada a 14-04-1994 no Expresso: "Num quadro há milhões de histórias"
#
No hospital existem duas outras obras de "arte pública", de Carlos Calvet (pintura) e Artur Rosa (escultura - autoria a confirmar):
Os vasos defendem uma parte do painel que está um pouco danificado. Julgo que se trata de pintura sobre tela colada em madeira.
Sem comentários:
Enviar um comentário