Em havendo € 44 é de trazer.
quarta-feira, 10 de setembro de 2025
Se houver 44 €, o catálogo-livro de MIRIAM CAHN no MAAT
terça-feira, 9 de setembro de 2025
O ESPÓLIO DO AUGUSTO ALVES DA SILVA
Que vai acontecer ao espólio deixado pelo Augusto Alves da Silva, na sua morte prematura e terrivelmente injusta? É uma interrogação que me assalta sempre e que tenho tentado partilhar com amigos comuns e quem o admirava mais de perto e até ao fim, mesmo quando os contactos se interrompiam.
Soube que deixou um testamento, o qual será aberto no fim de Setembro, início de outubro. Teremos de aguardar, portanto, para sabermos qual o destino do seu corpo de trabalho que guardava em Tremês, Santarém, na casa que desenhara e fizera construir. Que nunca visitei. Sei também que deixou uma irmã, herdeira.

Jet e Oli, 2010, prova única, 100x150cm, colecção do autor. Galeria Pente 10, 2011
É pouco o que se encontra em colecções de instituições públicas onde expôs, em quase todas elas, apesar do enorme reconhecimento que gozou desde meados dos anos 1990. E conservam-se as suas obras, em muitas casos, nos médios formatos que se substituíam às grandes e sempre perfeitas provas de exposição. O acervo do seu trabalho, fotografias e vídeos, bem como a respectiva documentação são um património que exige ser salvaguardado e conservado nas melhores condições.
No vídeo Luz o plano é fixo. Apenas nos ramos mais altos e finos se pode detectar algum pequeno movimento. A imagem escurece lentamente, no final de um dia de Outono. AAS. 2016 Appleton
Não é oportuno especular sobre o que o Augusto pode ter deixado determinado no seu testamento, quando o seu estado de saúde se foi rapidamente deteriorando. Mas importará estar alerta e equacionar hipóteses, que mesmo prematuras poderão prever e acompanhar, defender e acautelar o destino de uma obra reconhecidamente de primeira importância.
segunda-feira, 8 de setembro de 2025
A AMEAÇA DO DESIGN. UM CATÀLOGO DO MNE
Deixam os designers à solta e fazem asneira. Ficam a brincar com coisas sérias, aqui numa publicação académica (e que também é acessível para quem tem o MNE como um pólo precioso na cidade)!
domingo, 7 de setembro de 2025
UM CATÁLOGO SEM RESPONSABILIDADE. MIRIAM CAHN NO MAAT
“Cabe a uma instituição como o MAAT, consciente do seu papel numa sociedade em crise, enfrentar as dificuldades da apresentação sem filtros deste discurso, dando conta da sua relevância estética e ética.”
terça-feira, 2 de setembro de 2025
REALISMO IRREALISMO
Não conheço nenhuma referência de Mário Dionísio sobre este quadro, enquanto crítico exigente - e o facto de ser uma troca entre dois amigos e companheiros de militância artística reveste-se de especial significado. De Dionísio recebeu Pomar o "O Músico", 1948, 130x97cm (3ª EGAP), que circulou na família e pertence hoje a José Berardo. É também uma obra heterodoxa, de uma arriscada pesquisa formal.
A SEGUIR, BARCOS
segunda-feira, 1 de setembro de 2025
DOÇARIA ERÓTICA
Faltam 6 dias para a exposição encerrar, incluindo o próximo fim de semana - e já foi prolongada de 10 de agosto para 7 de setembro. Discretamente.
Entretanto é de sublinhar a ineficácia da Agenda Cultural da Câmara (EGEAC/CML) que é um alinhamento o mais confuso possível de lugares e eventos, de critérios insondáveis, de leitura quase impossível e pejada de erros. Cabe tudo, produções e espaços da CML, que deveriam ter prioridade absoluta, e um mar de miudezas que alguns se reservam mensalmente com habilidade e outros dispensam. Na edição de Julho o destaque da exp. arrumava-se na secção Ciência. É arte. Em Agosto não estava indicada.
E há que prestar atenção a outras exposições que se visitarão não por obrigação e com sacrifício - há artes modestas (di Rosa, Hervé), menores e discretas que se descobrem com gosto e proveito, fora dos holofotes da crítica, se ela existe:
1. NO PADRÃO DOS DESCOBRIMENTOS até 30 dez.
E 2 NO GABINETE DE ESTUDOS OLISIPONENSES - PALÁCIO DO BEAU SÉJOUR, até 28 nov. só em dias úteis 11-17h (páginas da Agenda)
sábado, 30 de agosto de 2025
Neo-realismo sem ortodoxia
Uma das boas surpresas da exp do Atelier-Museu, na minha opinião, é a aproximação de três obras que descartam a ideia de haver um neo-realismo ortodoxo (ou do que se chamou realismo socialista). Sem sequência cronológica vemos A RIBEIRA DO TEJO, de 1949, que foi de Mário Dionísio e hoje na Casa da Achad (foi trocada pelo seu "Músico", agora na col. Berardo), depois BARCOS, ERICEIRA, 1953 (depósito do Novo Banco no Museu de Vila Franca de Xira), e a seguir um quadro de Fernando Lanhas, PÁSSAROS E ROCHEDOS, de 1945, deixado inédito até 1987. É um dos "achados" da exp comissariada por Afonso Dias Ramos e Mariana Pinto dos Santos)
Ao subir ao piso superior, ainda ao cimo da escada, encontramos a pintura mais antiga, FERROS, 1944 (col. CAM e antes de Manuel Filipe, provável), uma obra anterior à afirmação do neo-realismo, exposto pela 1ª vez na Exp. Independente trazida do Porto ao IST, em 1945, no tempo de abertura anti-regime do imediato pós-guerra. Foi depois esquecido, e nunca reproduzido até 2021 no catálogo de uma exp no MACNA, ...Nadir Afonso, em Chaves, organizada por Maria do Mar Fazenda. Em FERROS está presente a intervenção política (o prisioneiro entre grades e o arame farpado) e o interesse por Léger, que é confirmada pela posse de um pequeno álbum onde se encontram anotações desenhadas (existe um outro pequeno livro da mesma colecção dedicado ao cubista Louis Marcoussis com assinatura de 1942). O espaço plano dos fundos e figuras aparece também em "Café" e "Taberna" do mesmo ano de 1944, quando entra na Escola de Belas Artes do Porto.
Diante do quadro de Lanhas (presença de excepção entre as obras de Pomar) está uma vitrina com exemplares da página quinzenal ARTE (publicada no jornal A Tarde, Porto) também de 1945. É Lanhas quem recomenda e apoia a entrega a Pomar a direcção da página naquele jornal conservador, em mudança devido a uma conjuntura em que se aguarda o fim do regime sob a pressão dos Aliados e Salazar promete eleições. É na página ARTE que Pomar refere como neo-realista os desenhos de Manuel Filipe, usando-se a designação pela primeira vez na área das artes plásticas, vinda da literatura. Aí se divulgam as referências internacionais que são determinante para os jovens artistas: os muralistas mexicanos e os realistas e regionalistas norte-americanos, como Thomas Benton e Mitchell Siporin (1910–1976), e Picasso. E nesta página reune-se numa frente única a colaboração dos artistas e poetas vindos da Escola António Arroio e das Belas Artes de Lisboa (Vespeira, Cesariny, Pedo Oom, Fernando Azevedo - então neo-realistas depois surrealistas) e dos artistas do Porto (Lanhas só com um desenho, Victor Palla, vindo de Lisboa, como Pomar). É o preciso momento de uma forte afirmação geracional, a Geração de 45, que depressa se dividirá entre realistas, abstractos e surrealistas.
VER ABAIXO: TROCAS NEO-REALISTAS DE 1945
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