segunda-feira, 8 de setembro de 2025

A AMEAÇA DO DESIGN. UM CATÀLOGO DO MNE

 Deixam os designers à solta e fazem asneira. Ficam a brincar com coisas sérias, aqui numa publicação académica (e que também é acessível para quem tem o MNE como um pólo precioso na cidade)!

Exemplo: as cores a complicar a página, e o texto não justificado. Passa-se do azul a um ocre algo apagado na capa (aí está bem) e dentro em cada página, sem se saber porquê, a fazer feitios em manchas irregulares, variáveis e arbitrárias. São supostas "modernices" que dificultam a leitura.




Mas muitas vezes os designers gráficos não lêem, não precisam nem gostam de ler... interessa-lhes fazer "arte". A distribuição do texto pelas páginas que a máquina cumpre com a eficácia pedida passa então a dar lugar a efeitos acidentados e inúteis, a preciosismos inúteis.
No caso assinaa o Design Lisa H. Moura (Frau im Monde)




Acontece que é uma edição do Museu de Etnologia assegurada pela nova Museus e Monumentos EPE (a mostrar "imaginação" onde devia haver sentido patrimonial) e pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda, que tem ou tinha competências conhecidas.






1 comentário:

  1. Caro Alexandre Pomar
    sou designer: quase duas décadas de trabalho gráfico, principalmente em jornais e mais de duas no ensino dessa área disciplinar que é o Design de Comunicação, onde entra também o Design Gráfico.
    É com mágoa que leio o seu texto sobre o grafismo da publicação  Jorge Dias e companheiros da autoria de João Leal, que tem como título A AMEAÇA DO DESIGN. UM CATÀLOGO DO MNE (escapou-lhe trocar do acento agudo por um grave… coisa que acontece a quem escreve).
    Não vou tecer comentários sobre o trabalho da Lisa Moura, particularmente sobre este que somente conheço do que está publicado com o seu texto.
    O que me traz aqui são os parágrafos onde menoriza a atividade dos designers, e a forma como o generaliza.
    “Deixam os designers à solta e fazem asneira. Ficam a brincar com coisas sérias, aqui numa publicação académica (…)!”
    Neste primeiro lemos que os designers não podem ser deixados à solta e que brincam com coisas sérias…Devem portanto ser tutelados por “alguém” para não fazer asneira, sendo a deste caso agravada por acontecer numa publicação académica, portanto séria.

    “Mas muitas vezes os designers gráficos não lêem,
    não precisam nem gostam de ler... interessa-lhes fazer “arte”.”

    Num segundo, é apontada a iliteracia (negligente) dos designers gráficos "não lêem, não precisam nem gostam de ler…". São uns analfabetos encartados… O que poderá ser verdadeiro em alguns casos como em todas as profissões, mas na grade maioria — e acredite que conheço muitos designers de comunicação e gráficos —, leem muito: leem sobre o design e sobre as múltiplas áreas disciplinares que permitem construir os objetos (gráficos ou de comunicação), leem sobre os assuntos que trabalham caso a caso.
    Muitos designers não são ignorantes a querem “fazer “arte”.”. Fazem Design, projetam com criatividade.


    “Acontece que é uma edição do Museu de Etnologia assegurada pela nova
    Museus e Monumentos EPE (a mostrar "imaginação" onde devia haver
    sentido patrimonial) e pela Imprensa Nacional - Casa da Moeda,
    que tem ou tinha competências conhecidas.”

    Cabe, e muito, no design a “imaginação” que deve acompanhar o sentido patrimonial ou outros, como refere a terminar; quando o cliente negligencia as sua competências ao acompanhar e discutir o trabalho desde que o encomenda até ao produto final — e não, não é colocar uma trela no designer —, é co-responsável pelo trabalho publicado, o que poderia também estar mais claro no título do seu texto.



    Não espero resposta a este meu comentário.

    Ele serve e só para desagravar alguns praticantes de uma disciplina adulta e séria, que fazem o seu trabalho como designers.

    Cândida Teresa Ruivo

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