sexta-feira, 14 de outubro de 2016

2016, Postwar, 1945-65, Orkwui Enwezor, em Munique (I)


Post war 1 - depois da bomba

1 Hanna_19311 Hanna Arendt, "Zur Person" Full Interview. In German with English subtitles.

https://youtu.be/dsoImQfVsO4


À entrada da exposição, com o som a ocupar a 1ª sala

2 Em frente a... 

2 Beuys_1932Wostell, Appel, Louis, Stella e Beuys

Joseph Beuys, Monuments to the Stag (?), 1958/82

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3 Francis Bacon (Fragment of a Crucifixion, 1950) & Andrzej Wróblewski (1927-1957, Lituânia-Polónia)

Bacon _0752

 4  Andrzej Wróblewski
1 Hanna_1931

1949 Liquidation of the Ghetto / Blue Chauffeur (frente e verso)

1949, Executed Man, Execution with a Gestapo Man.


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5  Appel, Louis, Stella

8 Appel_0965

6 Gerhard Richter, ...
1 Hanna_1931

SECÇÃO 1

7 texto_0852

Secção 1 / 2

 

11 passagem_0853

Isamu Noguchi 1946, Richter 1963 (Bombers), Baj, Movimento Arte Nucleare 1951, David Smith 1949 / Joan Mitchell 1961 (Coll. Berardo)IMG_0761

Secção 1 sala 2

10 moore_0760Henri Moore 1964-65, Jess 1962, Paolozzi 1956, Appel

 

Sala_0759

 Tenho sérias dúvidas sobre a colocação da bomba atómica como tema e imagem iniciais da exposição Postwar. Eficaz em termos retóricos, mas talvez seja mais uma perspectiva anacrónica, uma leitura posterior aos factos. A memória directa da guerra, das destruições, bombardeamentos e campos, das mortes e das lutas de resistência parece-me dominar a criação artística internacional nos anos imediatos a 1945, em direcções opostas de dissolução da forma, destruição da figura, ou de construção figurativa, narrativa, utópica. Será no contexto da Guerra Fria que o perigo nuclear ganha consistência, como iminência de um novo conflito bélico e como referência mais assustadora.

Se o cogumelo de Henry Mooore é já de 1964-65, as obras vindas dos anos 40 respondem aos anos da guerra em geral, ou em contextos geográficos precisos, e não à "hora zero e a era atómica". O modo como a arte informal e o expressionismo abstracto mais as geometrias e concretismos se afirmam nos anos 40/50, podem corresponder a uma reconstrução de vanguardas divergentes que vai retomar dinâmicas muito anteriores à guerra e aos anos 3o de ameaças fascistas, ao mesmo tempo que reage a uma dinâmica do pós-guerra que a exposição não ilustra: a redescoberta e exaltação dos mestres modernos, após as condenações e ocultações nazis.

Os grandes mestres ocupam o espaço público internacional, em especial em França, enquanto a restante Europa está em ruinas e em reconstrução, e as posições críticas radicais e vanguardistas são minoritárias e marginais.

Os anos a partir de 47 são já da guerra fria, que impõe a sua lógica ao confronto entre figuração realista (associada ao nazismo e ao estalinismo, e aos movimentos antifascistas dos anos 30/40) e abstraccionismo, ao qual se associa a expressão da recusa dos totalitarismos e um entendimento finalista da arte moderna - o fim da figura e da narração-ilustração.

Embora a exp. tenha construído com a "Hora Zero" um início atraente e inovador, a realidade parece ser outra.

 

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