sexta-feira, 22 de agosto de 2025
terça-feira, 19 de agosto de 2025
Augusto Alves da Silva 2009 - 2021 CRONOLOGIA (in progress)
AUGUSTO ALVES DA SILVA Apontamentos 2: as primeiras exposições /Algarve, Europália 91
Em 1990 expôs ALGÉS-TRAFARIA 1900 na Ether e na FIL O respectivo catálogo tem escassas indicações biográficas.
Em 1991 participa na exposição que António Sena levou à Europália, "Portugal 1890-1990", organizada em dois núcleos, em Charleroi, Musée de la Photographie ,e Antuerpia, Provincial Museum voor Fotografie. No primeiro situaram-se Joshua Benoliel, os "Regards Etrangers" (apresentada por Jorge Calado, a primeira de uma série de mostras com fotografias feitas em Portugal por estrrangeiros); "Les Années de transition 1227-1967", do comandante António José Martins a Jorge Guerra; e Helena Almeida. No segundo, o que A. Sena intitulou "Regards Inquiets (1980-1991)". No catálogo único, bilingue, francês / flamengo, esta secção começa por Helena Almeida e Gérard Castello Lopes e continua com os fotógrafos expostos (ou a expor mais tarde) na Ether: Nozolino, José (Manuel) Rodrigues, Mariano Piçarra, António Júlio Duarte, Rui Fonseca, A.A.S., José Francisco Azevedo, João António Motta, António Carvalho, Daniel Blaufuks, Francisco Rúbio.
Os dados biográficos de A.A.S. no catálogo são extensos e não voltarão a ser indicados em publicações posteriores.
AUGUSTO ALVES DA SILVA (1963)
Né à Lisbonne en 1963, il a vécu à Londres de 1986 à 1989 et vit à Lisbonne depuis 1989.
Photographe.
Il entame des études d'ingénieur civil à l'Instituto Superior Técnico de 1981 à 1984, date à laquelle il abandonne ses études. Il part pour Londres afin de suivre le cours de photographie du London College of Printing, de 1986 à 1989, avec une bourse de la Fondation Gulbenkian.
Il participe à l'atelier 'Photographic contexts... cultural identities?', au Commonwealth Institute, Londres, en 1987.
Il revient au Portugal où il devient photographe pour l'hebdomadaire O Independente, de décembre 1989 à mai 1990. Il collabore régulièrement avec la revue K.
EXPOSITIONS INDIVIDUELLES
Instituto Superior Técnico, Lisboa, 1984
Faculdade de Direito de Lisboa, 1984
Câmara Municipal de Tavira, Tavira, 1985
Museu Municipal Infante D. Henrique, Faro, 1985
Teoartis Galeria/Centro de Arte, Evora, 1985
Algés-Trafaria, 1990, Ether/Urbe, Feira das Indústrias de Lisboa, Lisboa, 1990
Algés-Trafaria, 1990, Ether/Urbe, Ether, Lisboa, 1990
A cidade dos objectos, Centro Português do Design/ Fundação de Serralves, Porto, 1991.
EXPOSITIONS COLLECTIVES
Fotovisão, Lisboa, 1986
V Bienal de Vila Nova de Cerveira, Vila Nova de Cerveira, 1986
Bienal de Lagos, Lagos, 1986
I Bienal de Arte em Sintra, Sintra, 1987
Marking Time, Museum of London, London, 1987
Masks and Faces, The London Institute Gallery, London, 1989
BA Photography Degree Show, London College of Printing, London, 1989
BIBLIOGRAPHIE
Algés-Trafaria, 1990, Ed. Ether/Urbe, Lisboa, 1990 (catalogue)
Design para a cidade, ed. Centro Português de Design/Fundação de Serralves, Porto, 1991 (catalogue)
«La photographie fascine par le danger imminent de se confondre dans une réalité qui, en fin de compte, n'est qu'une représentation.
Cet état de fait et ce pouvoir descriptif en font un moyen puissant pour créer, réfléchir et façonner des idées.
Dans ce sens, le choix des idées qui servent de base à un travail est fondamental pour la pertinence de ce même travail.
Le paysage, dans son sens le plus large, est, surtout, un bien de consommation.
Dans un pays relativement petit comme le nôtre, la non-réglementation et le non-contrôle de son utilisation peuvent, à court terme, avoir des conséquences sociales et économiques graves».
A.A.S.
No catálogo reproduzem-se três fotografias Sem Título da série "Algarve", 1990, de um total de seis provas.
Trata-se de uma série realizada na conclusão do curso em Londres, e foi origem de um conflito com a respectiva tutora. Num tempo de exercícios conceptuais e de apropriação de imagens mediática não lhe era aprovado vir fotografar ao Algarve, que escolhera como tema. Recorreu aos directores do curso e ganhou o recurso, afastando-se das provas aquela professora.
As fotografias expostas foram depois entregues pelo Augusto à Gulbenkian, de que era bolseiro. Mais tarde não aceitou que integrassem a colecção do CAM (e não figuram no seu Inventário) por serem provas de trabalho ou do curso. Julgo que não voltaram a ser expostas.
NOTA: Ao contrário de quase todas as exposições da Europália'91 Portugal, a exposição não foi repetida por cá. Repetiram-se apenas as exposições comissariadas por funcionários do Instituto Português de Museus, no quadro das suas funções. Não se entendeu pagar aos outros comissários. Foi uma oportunidade perdida (e única) para se mostrar uma primeira retrospectiva histórica da fotografia em Portugal.
Ver o artigo Europália, "Retrato de grupo", Expresso Revista, 23 de Novembro de 1991
"A. Alves da Silva apresenta uma sequência de seis imagens alternadas de denúncia de situações de degradação da paisagem algarvia, utilizando uma abordagem friamente distanciada e «neutral» em fotografias de enquadramento frontal sob uma luz constante que privilegia uma gama uniforme de cinzentos;"
domingo, 17 de agosto de 2025
Augusto Alves da Silva : Apontamentos
apontamentos
quinta-feira, 7 de agosto de 2025
1944 (cronologia) FERROS, "PINTURA", CAFÉ e TABERNA, os retratos
Por ocasião da exp no Atelier-Museu ("Neorrealismos ou a politização da arte em Júlio Pomar") pode tentar fazer-se uma cronologia comentada, a acompanhar a sequência das obras e das datas.
1. FERROS, 1944 (col. CAM - FCG)
Em 1944 Pomar inscreve-se na Escola de Belas Artes do Porto, depois de ter frequentado a Escola de Lisboa desde 1942, com 16 anos, e antes a António Arroio. Já em 1942 participara numa mostra com colegas vindos da António Arroio (Fernando Azevedo, Vespeira, Pedro Oom) num quarto/atelier na Rua das Flores: essa primeira mostra fora notada no meio artístico do Chiado e na Imprensa (a revista 'Panorama' reproduz-lhe "Pintura" ou "Saltimbanco", uma obra perdida, e é relevante a atenção concedida a um muito jovem artista - Almada Negreiro compra o quadrinho e promove a sua apresentação na 7ª Exposição de Arte Moderna do SNI. Uma muito pequena pintura sobre madeira agora exposta "Sem Título [Rapaz]" pode ser dessa data.
No Porto Pomar integra-se rapidamente no grupo de estudantes (e alguns professores) que expõem com o nome de Independentes desde 1943, do qual se destacam Fernando Lanhas, com quem estabelece uma duradoura cumplicidade, e também Júlio Resende, Nadir Afonso, Amândio Silva, Victor Palla, igualmente ido de Lisboa. Expõe na 3ª Independente, no Coliseu.
Em FERROS nota-se o interesse por Léger ou a sua influência, confirmados por anotações desenhadas num pequeno álbum que se conservou. Terá chegado ao CAM por via de Manuel Filipe, sobre quem publicou uma entrevista no ano seguinte ("Arte") onde surgiu a primeira menção do neo-realismo. Foi exposto em 1945, na Exposição Independente vinda ao IST.
A GUERRA (nº 18) ficou com Fernando Lanhas, e Mário Dionísio referiu-se em 1945 na Seara Nova a outra pintura anterior de tema próximo que lhe pertenceu (título desconhecido, óleo sobre cartão, 46x39cm, CR. nº 9, aqui atribuído a 1942 e à exp. da Rua das Flores, o que parece incerto): "apontamento onde se vê um homem brutalizado pelo peso dum capacete e duma cartucheira, um vago arame farpado, uma forca, uma figura estranha que atravessa o campo (a morte? a humanidade chicoteada e desiludida, mas nem por isso capaz de parar?)" - reed. em M.D., "Entre palavras e cores", 2009.
Em FERROS encontram-se os planos recortados de cor lisa que caracterizam a produção desse ano, numa configuração que seria depressa abandonada.
De 1942 era o SALTIMBANCOS (Pintura) que veio do atelier da rua das Flores, passou pelo Salão do SNI e desapareceu. Conhece-se a reprodução no Panorama e um desenho preparatório, um estudo.
1942, em Panorama, Revista Portuguesa de Arte e Turismo, n.º 13, Fevereiro 1943
Na PINTURA (nº 16), que agora é peça maior da col. Rui Victorino, aparece ao centro uma auto-representação de punho erguido entre chaminés de fábricas e um corpo de mulher de pernas para o ar, que se disse premonitório de posteriores cenas eróticas.
Em CAFÉ aparece um retrato de Victor Palla, à esquerda, e outro de José Maria Gomes Pereira, também arquitecto, também transferido de Lisboa e um dos presentes na exp. de 1942
e em baixo um auto-retrato em 1º plano.
quarta-feira, 14 de maio de 2025
05/14/2025
Koyo Kouoh e When We See Us em Bruxelas
domingo, 11 de maio de 2025
2025, Paris Noir, Beaubourg
05/11/2025
PARIS NOIR / WHEN WE SEE US
Hoje, revendo à distância as duas exposições, penso que "PARIS NOIR", a mostra actual no Centro Pompidou, foi concebida em oposição a "WHEN WE SEE US", de Koyo Kouoh, que é de 2022 na Cidade do Cabo - depois levada a Basileia e Bruxelas, a seguir irá a Estocolmo, até 2026 -, subordinando as dinâmicas pan-africanas, autóctones, espontâneas e locais, também crescentemente cosmopolitas e atlânticas, mas sempre observadas a partir de África, à dependência dos centros do Norte e em especial de Paris. A morte de Koyo Kouoh, nas vésperas de dirigir a Bienal de Veneza, torna mais premente essa análise, de que não encontro qualquer precedente.
A de Paris é uma exp. franco-africana sempre interessada em propor como decisivas as referências à "formação artística clássica" e aos "mestres modernos", aos trânsitos por Paris, escolares e políticos. associando "circulações artísticas e lutas anti-coloniais 1950-2000", conforme o subtítulo.
Significativamente, a Cronologia começa pelo G.I.Bill, de 1944, a lei que permitiu aos soldados norte-americanos (os brancos, como Kitaj, judeu, e os "de cor") ficar a estudar na Europa.
O programa de "Paris Noir" segue o calendário que vai da revista 'Presence Africaine' de Alioune Diop em 1947 até à 'Revue Noir' de 1991-2000, a luxuosa publicação da associação Afrique en Créations sustentada pela Cooperação francesa. ("En janvier 1990, le ministère français de la Coopération organise une rencontre entre trois cents créateurs africains et français à Paris afin de mener une réflexion autour de deux thèmes majeurs : le rôle des artistes et des intellectuels dans l’évolution des pays africains et l’importance de la dimension culturelle dans le développement économique et social du continent africain" - Cronologia; em 2000 fundiu-se com a Association Française d'Action Artistique - AFAA).
A "Revue Noire" nasceu na sequência dos "Magiciens de la Terre" de 1989 (Jean-Hubert Martin), em paralelo com a Collection Pigozzi dirigida por André Magnin, desde o mesmo ano (Caacart.com) e associada aos Rencontres de Bamako, a partir de 1994.
A linha "Magiciens...", "Revue Noire" e Pigozzi/Magnin privilegiou, até agora, a divulgação de artistas africanos residentes em África, implantados nas sociedades e nos mercados locais, em geral sem formação académica dita modernista, numa linha que vem da acção de Ulli Beier na Nigéria (o Mbari Club) e da revista "Black Orpheus": é ou era a afirmação da possibilidade de uma arte contemporânea africana para a qual a modernidade, depois da produção tradicional em extinção, depois das independências, não implicava a dependência da tradição vanguardista e escolar europeia, com a sua sucessão de estilos colectivos. Entretanto o grande mercado também passou a percorrer África e as diásporas (emigrações, exílios e formações escolares) abriram novas circulações artísticas: a arte pan-africana ou Black tornou-se um grande nicho especializado do mercado global e um tópico obrigatório das grandes instituições.
A presença da "Revue Noire" no Pompidou é convenientemente discreta, para não sublinhar o seu protagonismo oficial no curso final do período documentado - aliás, o mercado francês perdeu depressa esse protagonismo: uma escultura / espeto que perfura as suas edições, a capa do 1º número dedicado ao senegalês Ousmane Sow (presente no final com uma obra comemorativa de 1989) e uma ampliação da foto emblemática da série Les Fous d'Abidjan de Dorris Haron Kasco, livro de 1994.
Entretanto, é muito notória a ausência de obras da Colecção Pigozzi e da Galeria André Magnin, que estão presentes em Bruxelas, indicando em Paris a divergência (ou conflito) de orientações.
"Fétiche Pascale", 2011
(numéros de Revue noire) Collection Revue noire - JLP - PMSL
Marianne et les révolutionnaires, 1989
Fer, béton, bois, tissus, pigments
Musée du quai Branly - Jacques Chirac
Dorris Haron Kasco
2. Édouard Glissant, le Tout-Monde
3. Paris comme école
4. Surréalismes afro-atlantiques
5. Le Saut dans l’abstraction
6. Paris Dakar Lagos
<"La ville nigériane d'Ibadan doit aussi être mentionnée, puisqu'on voit se mettre en place le Mbari Club, un collectif culturel dont le concept est né dans la capitale française et qui développe alors une esthétique radicale d'émancipation, relayée par la revue Black Orpheus", sic> rerere-se assim a revista de Ulli Beier..,.e aqui a manipulação francesa atinge o ponto culminante
7. Solidarités révolutionnaires à Paris
8. Jazz – Free Jazz
9. Retours vers l’Afrique
10. Nouvelles abstractions
11. Affirmations de soI
12. Rites et mémoires de l’esclavage
13. Syncrétismes parisiens
14. Les nouveaux lieux du Paris Noir