sábado, 22 de março de 2014

1938 o ÁLBUM: inicio

Um photobook (ou álbum fotográfico) é uma questão de ritmo. 
Angola 1938 começa com a inauguração oficial, mas as fotografias são mais informais do que se poderia prever num álbum também oficial - e imperial. A imagem é ágil e o movimento é 'cinematográfico', com uma rapidez e um efeito de montagem gráfica de planos e pontos de vista, como se observa logo na cobertura da cerimónia inaugural, que marcam o melhor do fotojornlismo de Firmino Marques da Costa. Aqui não se pratica a fotomontagem para ter movimento e animação gráfica.
Começa-se num plano aproximado (com o presidente a cortar a fita) e a câmara recua até ao plano geral da multidão oficial que entra no recinto:
pág. 1, cap. 1, 7 fotos

Foto 1
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Aqui, a personagem de capacete e barbas é o famoso Monsenhor Manuel Alves da Cunha (Vigário Geral de Angola, 2ª figura da hierarquia local, após o arcebispo de Luanda, e tb figura importante da maçonaria angolana, a Kuribeka - com a alcunha de Monsenhor Kuribeka), esteve ligado a conspirações de colonos contra a ditadura, em 1936/37 e de novo em 41 - então deportado pelo governador Marques Mano*). Será Henrique Galvão o sr à sua esq, junto à bandeira?
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 7, o Pavilhão Principal, arq. Fernando Batalha

 pág 9
(novo capítulo, de apenas duas páginas:
noite e dia, numa alternância que se vai manter em seguida - a iluminação pública chegava então a Luanda)
Foto 8
 e 9
A seguir, novo separador "Aspectos parciais diversos"

* ver Fernando Tavares Pimenta,Angola, os Brancos e a Independência, Afrontamento 2008

Elmano Cunha e Costa, SPN 1938 (Elmano 1)

A notícia publicada em "Objectiva", nº 15, Agosto, pág. 38

O homem da Missão Etnográfica


fotografou na Exposição-Feira de Angola 1938.

O seu retrato do catálogo da Secção Colonial de 1940:

e serão suas as fotos de Angola aí publicadas

Angola 1938



Apresentação de um Álbum ou photobook praticamente desconhecido, editado dois anos antes da Exposição do Mundo Português, por ocasião da visita de Carmona às Colónias. Fotografada por Firmino Marques da Costa (atribuição), a EXPOSIÇÃO-FEIRA ANGOLA 1938 quis ser a demonstração “vincadamente utilitária e prática” da realidade económica de Angola e da determinação dos velhos colonos, muitos deles de inclinação autonomista, face à política imperial de Lisboa. Concebida e realizada apenas por gente de Angola, teve direcção técnica de Vasco Vieira da Costa, então um jovem desenhador e funcionário aduaneiro, que viria a ser o grande arquitecto moderno de Angola (o autor do Mercado de Kinaxixe, 1950-52). 
O Álbum editado pelo Governo Geral de Angola, certamente escassamente distribuído e apenas como ofertas, é um dos melhores photobooks de produção nacional (neste caso angolana), a conhecer quando quatro outras publicações portuguesas entram no 3º vol. da obra de Martin Parr e Gerry Badger (The Photobook: A History). Revelação da produção arquitectónica e cenográfica inicial de Vasco Vieira Costa (1911-1982, naturalizado angolano), pode ser  igualmente a abordagem a um momento particular da história colonial de Angola, sob o mandato também pouco estudado do então governador coronel António Lopes Mateus (1935-1939), depois presidente da Diamang,


sexta-feira, 21 de março de 2014

1934, os álbuns oficiais

o Álbum fotográfico da 1ª Exposição Colonial Portuguesa, Porto, Litografia Nacional. Com clichés da casa Alvão (*B)
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Album Comemorativo da Primeira Exposição Colonial Portuguesa


HENRIQUE GALVÃO
pref. Armindo Monteiro
ilust. Eduardo Malta

Porto, 1934; Litografia Nacional; 1.ª edição [única]; bilingue português / francês; 32,7 cm x 25,3 cm (álbum); 54 pág. + 28 folhas em extra-texto.
impresso a cor sobre papel superior; encadernação luxuosa em meia-francesa com cantos em pele, gravação a ouro na lombada, nos rótulos e nos remates da pele; por aparar, corte serrilhado, conserva as capas de brochura; exemplar muito estimado; miolo limpo, com os vegetais de protecção das estampas perifericamente oxidados. PEÇA DE COLECÇÃO 420,00 €
«A Exposição Colonial Portuguesa realizada na cidade do Porto, em 1934, visava todo o tipo de públicos, incluindo não letrado. Na linha de sucessão de outras congéneres realizadas na Europa (Marselha, 1922; Antuérpia, 1930; Paris, 1931), o evento português veicula mensagens com duplo sentido; para dentro do país, como valorização da dimensão civilizadora do projecto colonial, para o exterior, a demonstrar a inflexível defesa do projecto colonial e a pressa em educar a população metropolitana para o desígnio e vasto Império Colonial Português. A Exposição orientava-se para uma “lição de colonialismo”, pelo sensorial, reconstituindo aldeias e imagens dos humanos nelas (como zoológicos humanos). [...]» (Luísa Marroni, «“Portugal não é um país pequeno”. A lição de colonialismo na Exposição Colonial do Porto de 1934», Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto, 2013)
Peça de invulgar elegância gráfica.
pedidos para: pcd.frenesi@gmail.com

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A exp. deu origem tb ao
Álbum-Catálogo oficial, O Império Português na Primeira Exposição Colonial Portuguesa realizada no Palácio de Cristal do Porto de Junho a Setembro de ano de 1934, Porto, Tipografia Leitão. (citado em Patrícia Ferraz de Matos, As Cores do Império, ICS 2006)

e aos 2 volumes: Trabalhos do 1º Congresso Nacional de Antropologia Colonial, Porto Setembro 1934, por iniciativa da Sociedade Portuguesa de antropologia e Etnologia. Edições da 1ª Exposição Colonial Portuguesa - Porto 1934. (*B)
E vários outros congressos se realizaram na ocasião.

BIBLIOGRAFIA

Luísa Marroni*1. “Portugal não é um país pequeno”. A lição de colonialismo na Exposição Colonial do Porto de 1934. R E S U M O. A Exposição Colonial ...

COLÓQUIO INTERNACIONAL CONHECIMENTO E CIÊNCIA COLONIAL
Lisboa, 26-29 de novembro de 2013

O Porto dos anos 30–A Exposição Colonial 1934 , blog Do Porto e não só...

Viktoriya Zoriy | Ciências da Ciências da Comunicação

Figueiredo, F. A. C. d., 2006. Nacionalismo e Pictorialismo na Fotografia Portuguesa na 1ª metade do século XX: 
o caso exemplar de Domingos Alvão. [Online]

quinta-feira, 20 de março de 2014

Angola 1938 - agência A Foto



É uma singular coincidência encontrar a fotografia deste casal de colonos pobres numa página (foto 76) do Álbum da Exposição-Feira Angola 1938 relativa a dados da colonização (concessão de terrenos, casamentos, etc) e na pág 213 da Anthologie de la Photographie Africaine, ed. Revue Noire 1998.



A legenda traduzida da direita é "Fotografia A FOTO 1953 Casal de colonos portugueses no Lubango". A data está errada mas talvez sejam madeirenses ou descendentes de madeirenses chegados a partir de 1884... 

A Agência de Fotografia e Audio-Visual A Foto existia em 1998 e era a continuação do arquivo do CITA, Centro de Informação e Turismo de Angola fundada em 1949, segundo a Revue Noire nº 29.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Exposições Coloniais (Wikipedia) / Paris 1931

Chronologie des expositions coloniales
• 1866 : Exposition Intercoloniale de Melbourne (Intercolonial Exhibition of Australasia)
• 1870 : Exposition Intercoloniale de Sydney (Intercolonial Exhibition)
• 1875 : Exposition Intercoloniale de Melbourne (Victorian Intercolonial Exhibition)
• 1876 : Exposition Intercoloniale de Brisbane (Intercolonial Exhibition)
• 1883 : Exposition Internationale et Coloniale d'Amsterdam (Internationale Koloniale en Uitvoerhandel Tentoonstelling)
• 1886 : Exposition Coloniale et Indienne de Londres (Colonial and Indian Exhibition)
• 1889 : Exposition universelle de Paris de 1889, première véritable exposition coloniale de l'histoire de France1
• 1894 : Exposition universelle, internationale et coloniale de Lyon. Elle vit l'assassinat du président de la République Sadi Carnot.
1894 : Exposition Insulaire et Coloniale de Porto (Exposição Insular e Colonial Portuguesa)
• 1898 : Exposition internationale et coloniale de Rochefort-sur-Mer
• 1902 : Indo China Exposition Française et Internationale de Hanoï
• 1902 : Exposition Internationale et Coloniale des États-Unis de New York (United States, Colonial and International Exposition), jamais tenue !?
• 1906 : Exposition coloniale de Marseille, du 15 avril au 15 novembre. Elle fut initiée et dirigée par Jules Charles-Roux. Elle attira 1 800 000 visiteurs venus visiter une cinquantaine de palais et de pavillons.
• 1907 : Exposition coloniale de Paris. Elle se tint au Jardin tropical de Paris dans le Bois de Vincennes. Deux millions de visiteurs défilèrent devant les villages reconstitués.
• 1908 : Exposition Franco-Britannique de Londres (Franco-British Exhibition)
• 1911 : Festival de l'Empire de Londres (Festival of Empire)
• 1914 : Exposition Coloniale de Semarang (Koloniale Tentoonstelling)
• 1921 : Exposition Internationale du Caoutchouc et Autres Produits Tropicaux de Londres (International Exhibition of Rubber and Other Tropical Products)
• 1922 : Exposition nationale coloniale de Marseille, d'avril à novembre
• 1924 : British Empire Exhibition tenue à Wembley, Londres
• 1930 : Exposition Internationale Coloniale, Maritime et d'Art flamand d'Anvers
• 1931 : Exposition Coloniale Internationale de Paris. Ouverture de l'exposition le 6 mai 1931, Porte de Vincennes. Elle accueillit 8 millions de visiteurs (33 millions d'entrées vendues) et dura 6 mois.
• 1934 : Exposition Coloniale Portugaise de Porto (Exposição Colonial Portuguesa)
• 1936 : Exposition de l'Empire de Johannesbourg (Empire Exhibition)
• 1938 : Empire Exhibition de Glasgow
• 1939 : Exposition Coloniale Allemand de Dresde (Deutsche Kolonial Ausstellung)
1940 : Exposition du Monde Portugais de Lisbonne (Exposição do Mundo Português)


• 1948 : Foire coloniale de Bruxelles

Zoos humains. Au temps des exhibitions humainesSous la direction de Nicolas Bancel, Pascal Blanchard, Gilles Boëtsch, Éric Deroo, Sandrine Lemaire2004, pps 490, coll.  Poche/Sciences humaines et sociale. Éditeur : La Découverte 
2004

2011


catalogue de l'exposition. Dirigé par Pascal Blanchard, Gilles Boëtsch et Nanette Jacomijn Snoep. Coédition musée du quai Branly / Actes Sud, 368 pages, 500 illustrations



Paris 1931

> Portugal




terça-feira, 11 de março de 2014

1934 Porto - Exposição Colonial - Henrique Galvão

(1934 e 1949 vs 1938).
O director é Henrique Galvão, que junta o fervor africanista a um gosto pesadam. anti-moderno, que fica argumentado em 1940 na sua oposição a António Ferro.
Armindo Monteiro, min. Colónias, Cerejeira, Carmona e Galvão

Fachada redesenhada do Palácio de Cristal


No interior remodelado sob projecto de Mouron Osório, a representação das Missões com manequins





 Fotos Alvão Porto


Participa no 3º Congresso Colonial Nacional, Maio 1930, onde foi discutido o projecto do Acto Colonial (Salazar é ministro interino das Colónias). (De províncias ultramarinas a colónias do  Império Colonial Português)
Acompanha o ministro das Colónias Armindo Monteiro à Exposição Colonial de Paris (que vendeu 33 milhões de bilhetes) e apresenta uma tese no Congresso Internacional de Imprensa Colonial, 1931, na qualidade de director do  'Portugal Colonial'  que fundara com o apoio da Comp. Nacional de Navegação. Defende o 'trabalho compelido'
 Em 1932, é director das Feiras de Amostras Coloniais de Luanda e Lourenço Marques, que apresentam os produtos das empresas industriais portuguesas. Em 1934, já com a patente de capitão, dirige a Exposição Colonial Portuguesa realizada no Porto - 16 Jun. 30 Set. (anunciada em 33). Inclui o I Congresso Militar Colonial (presente Norton de Matos), I Congresso da Imprensa Colonial (com um "viveiro do reviralho", acusa Armindo Monteiro), I Congresso de Intercâmbio Comercial com as Colónias, Congresso da Agricultura Colonial, I Congresso de Antropologia Colonial. (Eleição da "Rainha das Colónias" a 25 de Set.)
Álbum Comemorativo da Exposição. Cerca de 1 milhão e 200 mil visitantes. Tentou criar o Museu Colonial do Porto. (é aberto um Inquérito às contas, até 1940.)
Deputado em 16 Dez. 1934 - em Maio 35 renuncia.
Em 1935, Galvão, por indicação de Duarte Pacheco, é nomeado director da Emissora Nacional (4 Agosto 35 posse). Cortejo Etnográfico comemorativo do XI aniversário da Rev. Nac. planeado e org, por HG como director da EN - Maio 36, decorre na sua ausência.
1936, é nomeado inspector superior da Administração Colonial, em acumulação de funções. Viagens como inspector colonial, 1937. Relatório sobre a mão de obra de Angola para S. Tomé.
Abril 38, posse da Comissão dos Centenários. Em 1940 organiza a Secção Colonial da Exposição do Mundo Português, o Cortejo do Mundo Português e das Comemorações da Fundação da Nacionalidade.

segundo Francisco Teixeira da Mota, HG, 2011